CARACAS - A Venezuela solicitou formalmente ao Brasil a extradição de cinco ex-membros das Forças Armadas venezuelanas suspeitos de participação em um ataque a um posto militar no sul do país no final de dezembro, informou o procurador-geral venezuelano, Tarek Saab.
O governo brasileiro disse no mês passado que estava processando pedidos de asilo de cinco soldados venezuelanos desertores que foram localizados perto da fronteira. O governo não mencionou o ataque, mas uma fonte militar brasileira disse que os soldados eram suspeitos de envolvimento na ação.
O presidente venezuelano, Nicolás Maduro, e o Ministério das Relações Exteriores do país já tinham solicitado anteriormente que o Brasil entregasse os soldados.
Em resposta, no dia 24, o governo brasileiro informou que iria ignorar qualquer pedido do regime de Maduro no caso. Em nota, o Itamaraty disse que o Brasil não tem “satisfações a prestar” ao governo venezuelano.
O Ministério das Relações Exteriores do Brasil não respondeu de imediato a um pedido de comentário sobre o pedido formal de extradição.
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Comunicado
No domingo passado, o chanceler do regime de Maduro, Jorge Arreaza, publicou um comunicado em que critica o Brasil por analisar o pedido de refúgio dos militares, chamados pela Venezuela de terroristas.
Segundo fontes consultadas pelo GLOBO, o plano dos militares era ativar três centros de sublevação militar contra o governo de Maduro às véspera do Natal. Por isso, o nome original da operação era Trilogia, e incluía ações no estado de Bolívar, na fronteira com o Brasil, em algum ponto marítimo e em um terceiro local próximo da Colômbia.
As relações entre Brasil e Venezuela se deterioraram no ano passado depois que o presidente Jair Bolsonaro, juntamente com dezenas de outros países, reconheceu o líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, como presidente legítimo do país, argumentando que Maduro deveria renunciar.
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