Assassinato de jornalista

Arábia Saudita condena cinco com pena de morte

Jamal Khashoggi era crítico do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman e foi visto pela última vez no consulado saudita, em Istambul, em outubro

Atualizada em 11/10/2022 às 12h21
Jamal Khashoggi, jornalista crítico ao governo da Arábia Saudita (Reuters)

ARÁBIA SAUDITA - A Promotoria Pública da Arábia Saudita informou ontem que 5 pessoas foram condenadas à morte e outras 3 foram presas pelo assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi em Istambul, em outubro do ano passado. A morte de Jamal Khashoggi foi confirmada pela Arábia Saudita no ano passado.

Khashoggi era residente nos Estados Unidos e crítico do príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman. Ele foi visto pela última vez no consulado da Arábia Saudita, em Istambul, em 2 de outubro de 2018, onde deveria receber documentos antes de seu casamento. Seu corpo foi desmembrado e removido do prédio e seus restos mortais não foram encontrados.

A CIA e alguns governos ocidentais disseram acreditar que o príncipe Mohammed ordenou o assassinato, mas autoridades sauditas alegam que ele não teve nenhuma implicação no caso. Onze suspeitos sauditas foram julgados pela morte do jornalista em um processo sigilosos em Riad.

O promotor público saudita Shalaan al-Shalaan, ao ler o veredicto preliminar no julgamento, também disse que Saud al-Qahtani, ex-consultor real saudita de alto perfil, foi investigado, mas não foi acusado e foi libertado.

Ordenou assassinato

O príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, ordenou o assassinato do jornalista Jamal Khashoggi, concluiu a CIA, a agência de inteligência dos Estados Unidos. A informação foi revelada dia 16 de novembro, pelo jornal americano The Washington Post (WaPo), que ouviu fontes ligadas à investigação.

A constatação da agência, lembra a publicação, é a mais forte a ligar o príncipe saudita à morte do jornalista e vai de encontro às alegações do reino de que Salman não teve qualquer relação com o incidente. Khashoggi, que escrevia para o WaPo, foi assassinado no consulado da Arábia Saudita em Istambul, Turquia, no início de outubro por agentes da inteligência saudita.

A conclusão da CIA é baseada em várias informações de inteligência, incluindo um telefonema de Khalid bin Salman, irmão do príncipe herdeiro e embaixador saudita nos Estados Unidos, para Khashoggi. Khalid teria garantido ao jornalista que poderia ir ao consulado saudita em Istambul sem correr qualquer risco, num telefonema que teria sido feito a pedido do príncipe herdeiro. Não está claro se o embaixador sabia do plano para assassinar o jornalista.

“A posição que temos é a de que não existe a menor possibilidade de isso ter acontecido sem que Salman soubesse ou estivesse envolvido”, disse a fonte, especialmente em razão da sua posição de líder de fato da Arábia Saudita e que supervisiona assuntos do reino. Ainda de acordo com a reportagem, a CIA descreve o príncipe como “volátil e arrogante”, “alguém que não parece entender que há coisas que não se pode fazer”.

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