Investigação

Testemunha diz que seguiu ordens de Trump sobre Ucrânia

Gordon Sondland, embaixador dos EUA para a UE, afirma que investigações sobre os rivais políticos de Trump eram ''troca de favores''; ele falou sobre a campanha para pressionar a Ucrânia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h22
Gordon Sondland testemunha no Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados dos EUA (AFP)

WASHINGTON — No quarto dia de depoimentos públicos no inquérito que poderá levar à abertura de um processo de impeachment contra Donald Trump, Gordon Sondland, embaixador dos EUA para a União Europeia, evidenciou uma série de incongruências na defesa do presidente americano. Sondland, testemunha mais esperada, disse que a campanha de pressão americana para que a Ucrânia investigasse o ex-vice-presidente Joe Biden e seu filho, Hunter, “seguia as ordens do presidente”.

Diante de deputados, advogados, jornalistas e milhões de pessoas que assistiam ao depoimento pela TV, Sondland disse que os esforços do advogado pessoal de Trump, Rudy Giuliani, para pressionar o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, por investigações sobre Biden, um dos principais pré-candidatos democratas à Casa Branca em 2020, eram “troca de favores” para organizar uma visita à Casa Branca para o líder ucraniano.

Segundo ele, várias autoridades de alto escalão, incluindo Mike Pompeo, Mike Pence e Mick Mulvaney, sabiam sobre a campanha para pressionar a Ucrânia a anunciar investigações dos democratas. Pompeo “apoiava totalmente” seus esforços, revelou.

Sondland, um rico empresário de hotéis e doador de Trump, testemunhou ontem diante do Comitê de Inteligência da Câmara dos Deputados, que lidera a investigação de impeachment que ameaça a Presidência de Trump. Ele sorriu quando se sentou na cadeira de testemunhas na sala de audiências no Capitólio, no quarto dia de procedimentos públicos na investigação.

O inquérito concentra-se em um telefonema em 25 de julho, no qual Trump pediu a Zelenskiy que realizasse duas investigações que o beneficiariam politicamente, incluindo uma visando o rival político democrata Joe Biden — um dos favoritos na disputa interna para escolher o nome do adversário de Trump na eleição de 2020. O filho de Biden, Hunter, ocupou um cargo na direção da empresa Burisma , que seria o foco do inquérito.

O caso veio a público no fim de setembro, depois que um integrante da comunidade de inteligência nacional denunciou a conversa como sendo “suspeita”. Pouco depois, a presidente da Câmara dos Deputados, Nancy Pelosi, iniciou o inquérito que pode levar ao impeachment.

Todos na jogada

Em agosto, Sondland avisou ao vice-presidente, Mike Pence, que tinha medo de que a ajuda miitar retida fosse ligada às investigações que Trump queria. Ele também disse que mantinha Mike Pompeo, o secretário de Estado, ciente de suas ações para pressionar a Ucrânia.

“Todos estavam na jogada, não era segredo”, ele afirmou. “Não me lembro de encontrar nenhuma objeção”, disse também.

A caminho de se tornar o terceiro presidente americano a ser submetido a um processo de impeachment, Trump afirma que não fez nada de mal, que não houve nada irregular na conversa, e chamou a investigação de uma "caça às bruxas".

Trump afirmou ontem,20, que não conhece bem Sondland, mas que ele parece ser "um cara legal". O presidente dos EUA também disse que ele não buscou um toma lá dá cá com a Ucrânia.

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