Matador de Décio Sá vai a júri em Teresina pela morte de ''Fábio Brasil''
O assassino do jornalista Décio Sá será julgado na próxima quinta-feira, 26, por volta das 8h30. O corretor de veículos "Fábio Brasil" foi executado a tiros em Teresina em março de 2012.
SÃO LUÍS - Condenado a 25 anos e três meses de prisão em regime fechado pelo assassinato do blogueiro e jornalista Décio Sá, crime ocorrido em abril de 2012, Jhonathan de Sousa Silva será julgado nesta semana pela morte do corretor de veículos Fábio dos Santos Brasil Filho, o “Fábio Brasil”, de 33 anos. Ele já está em Teresina, capital do Piauí, onde o crime aconteceu, em 31 de março daquele ano, sendo que os dois homicídios têm ligação. O julgamento ocorrerá na quinta-feira, 26.
Segundo as fontes do sistema penitenciário consultadas pelo Jornal O Estado, Jhonathan de Sousa viajou na semana passada ao Piauí, embora o julgamento tenha sido marcado para o dia 26. A sessão está prevista para começar por volta das 8h30, sendo que será conduzida pelo juiz Antônio Reis de Jesus Nollêto, titular da 1ª Vara do Tribunal do Júri de Teresina.
Além do assassino do jornalista Décio Sá, também será julgado Elker Farias Veloso, que, segundo os autos, foi o responsável por guiar o veículo que deu fuga a Jhonathan. Os dois foram pronunciados a júri popular em setembro de 2016. Também foram pronunciados Gláucio Alencar Pontes de Carvalho, José de Alencar Miranda de Carvalho e o empresário José Raimundo Charles Junior, o “Júnior Bolinha”, como mandantes do crime.
Dentre todos os acusados pela morte de “Fábio Brasil”, apenas Jhonathan e Elker não recorreram da decisão de pronúncia. Por este motivo, serão os primeiros a sentar no banco dos réus por conta desse crime.
O crime
Fábio dos Santos estava dirigindo um veículo Saveiro Cross, ainda sem placa, na Avenida Miguel Rosa, zona sul de Teresina, em frente a uma loja de som de carros, quando foi surpreendido por dois homens em uma motocicleta. O que estava na garupa sacou uma arma de fogo e teria pedido ao passageiro, que era gerente da loja, para sair imediatamente do automóvel.
Segundo a polícia, após o gerente ter aberto a porta do veículo e saído correndo, o suspeito não perdeu mais tempo e desferiu os tiros contra “Fábio Brasil”, que não teve tempo de fugir do carro e caiu morto com a cabeça deitada na janela da Saveiro. Pelo menos três disparos perfuraram o crânio da vítima. O autor do homicídio, após concretizar o crime, não seguiu viagem na motocicleta, pois entrou em um automóvel modelo Golf preto, que aguardava mais adiante.
Conforme as investigações, a pessoa que conduziu esse Golf é Elker, enquanto o autor dos disparos que mataram o corretor de veículos é Jhonathan. Após o homicídio, vários pedestres se aglomeraram ao lado da Saveiro para observar o corpo de “Fábio Brasil”, que teria sido morto devido a uma dívida de R$ 70 mil que contraiu após pegar um empréstimo dos agiotas José Miranda e Gláucio Miranda. Esses e os demais envolvidos foram identificados após o assassinato de Décio Sá, em abril de 2012.
Absolvido de julgamento
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Recentemente, Jhonathan foi absolvido em outro julgamento por ter matado Alan Kardec Dias Motas, considerado idealizador de uma facção criminosa no Maranhão. O crime aconteceu no Complexo Penitenciário de Pedrinhas no dia 7 de janeiro de 2018, na Unidade Prisional São Luís 4 (UPSL 4). Dessa situação, durante o júri popular, que aconteceu na 1ª Vara do Tribunal do Júri de São Luís, ficou entendido que o acusado agiu em legítima defesa.
O júri reconheceu a autoria do crime, tanto que Jhonathan confessou ter matado Kardec, sendo que a defesa dele pediu que fosse retirada a acusação de crime qualificado e no lugar fosse colocado como homicídio simples. Em depoimento, o assassino de Décio Sá disse que estava sofrendo ameaças de Alan e que o matou para se proteger. Segundo ele, a barra de ferro utilizada para assassinar a vítima foi retirada de dentro do banheiro da quadra de esportes.
Em depoimento prestado no Plantão de Polícia Civil da Cidade Operária, Jhonathan de Sousa Silva disse na época que matou Alan Kardec Dias Mota porque estava sendo ameaçado pela vítima desde 2016. Conforme descrito no Boletim de Ocorrência (BO) registrado no Plantão de Polícia Civil da Cidade Operária, desde aquele ano ele e Kardec estavam se desentendendo no presídio, sendo que Alan incitava os demais detentos para agredi-lo.
Em uma partida de futebol realizada na quadra da unidade carcerária, ambos brigaram, mas os outros internos separaram os dois, para que o duelo não terminasse em morte. Em uma partida de xadrez, novamente os dois se desentenderam. Kardec, então, teria ameaçado de morte o seu oponente, avisando que, a qualquer momento, iria
esfaqueá-lo de surpresa.
Condenação
Jhonathan Silva já tem uma condenação de mais de 25 anos pelo assassinato do jornalista Décio Sá, em sessão do Tribunal do Júri ocorrido em fevereiro de 2014, no Fórum Desembargador Sarney Costa, na capital. Ele e o piloto da motocicleta que deu fuga ao pistoleiro, Marcos Bruno Silva, foram considerados culpados pelo crime, ocorrido em abril de 2012, em um bar da Avenida Litorânea, na orla marítima de São Luís.
A sentença, lida pelo juiz Osmar Gomes dos Santos após veredicto do júri popular, condenou o assassino, que é réu confesso, a 25 anos e três meses de prisão em regime fechado. Já o piloto da motocicleta foi condenado a 18 anos e três meses de prisão. De acordo com a decisão, o pistoleiro não pegou pena máxima porque é réu primário. No caso de Bruno, essa condenação foi anulada após a defesa dele ter recorrido.
Porém, durante o novo julgamento, ocorrido em abril de 2016, a sentença foi repetida e Marcos foi novamente condenado a 18 anos e 3 meses.
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