Amazônia Legal

Em Brasília, Dino pede moderação em debate sobre queimadas

Governador do Maranhão pediu medidas conjuntas do governo estadual com a União para combater o desmatamento e as queimadas na área da Amazônia

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Reunião do presidente Bolsonaro com os governadores da Amazônia Legal aconteceu ontem em Brasília (Governadores)

Os governadores dos estados que compõem a Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins) entregaram ontem ao presidente da República Jair Bolsonaro (PSL) propostas para um planejamento estratégico que leve ao desenvolvimento sustentável da região, entre elas a regularização fundiária e a retomada da cooperação internacional, especialmente o Fundo Amazônia.
Bolsonaro reuniu os chefes dos executivos estaduais, no Palácio do Planalto, para discutir as ações de combate às queimadas na região.
O plano identifica, em 26 projetos comuns, desde compras corporativas que os estados podem fazer em conjunto até ações mais diretas de desenvolvimento e de infraestrutura.
Durante sua intervenção no encontro, o governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), fez um discurso claramente direcionado ao presidente, ao criticar extremismos no debate com a comunidade internacional sobre as queimadas e a condenação do trabalho de Organizações Não-Governamentais (ONGs).

Cooperação
“Devemos procurar um processo de cooperação que abranja outros países e organismos privados. Não sou daqueles que satanizam ONGs. Temos ONGs de imensa seriedade no Brasil e no mundo”, disse. “Precisamos separar o joio do trigo. Não podemos dizer que as ONGs são inimigas do Brasil. Não é tocando fogo nas ONGs que vamos salvar a Amazônia”, completou.
Segundo Dino, atitudes extremistas podem resultar em sanções a produtores brasileiros por outros países. “É preciso moderação”, defendeu.
Durante a reunião, o governo federal apresentou as ações que já estão sendo executadas pelas Forças Armadas. Na sexta-feira, 23, Bolsonaro autorizou uma operação de Garantia de Lei e Ordem (GLO), que ganhou o nome de GLO Ambiental.
O documento entregue a Bolsonaro também defende a participação dos estados na reformulação do Fundo Amazônia, assim como a retomada de projetos no âmbito desse programa de cooperação internacional para a preservação da floresta. Para o governador Hélder Barbalho, o Governo Federal parece estar disposto a restabelecer o diálogo internacional de financiamento, com a condição de revisão dos projetos prioritários a serem financiados.
“Há o desejo de que possamos restabelecer as parcerias que possam fomentar projetos concebidos pelos governos estaduais e federal sem que seja interpretado como qualquer interferência internacional. Apenas como contrapartida o Brasil deve demonstrar claramente que deseja a preservação da floresta amazônica”, disse. “A responsabilidade do Brasil, em contrapartida às parcerias, é termos o cumprimento do nosso dever de casa, que é um interesse primeiro do Brasil, que é preservar a floresta, que é compatibiliza a atividader e o ativo florestal, somando as outras vocações, do agronegócio”, explicou.

Fundo Amazônia
De acordo com o governador do Amapá, Waldez Góes, além de querer discutir a governabilidade do fundo e as prioridades de cada estados, os governadores sugeriram ainda, mudar o agente financeiro do fundo, que hoje é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para o Banco da Amazônia, que “tem agências em todos os estados da região e está perto de cada empreendedor e cada poder público”.
Os principais países doadores do Fundo Amazônia, Alemanha e Noruega, suspenderam o repasse dos recursos após a divulgação das taxas de desmatamento na região. Em diversas ocasiões, o presidente Jair Bolsonaro concordou com a dispensa dos recursos e opinou que essas doações seriam formas de “comprar a Amazônia a prestação” e ferir a soberania nacional no controle da região.

Mais

Decreto maranhense

O governador Flávio Dino anunciou uma decreto proibindo o uso de queimadas em plantações na noite anterior à reunião com o presidente Jair Bolsonaro. Pelo decreto, fica proibido o uso de fogo para limpeza de áreas. Somente será permitida a técnica com autorização do Corpo de Bombeiros e também da Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão.

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