São Luís - As gravações de “Punga”, dirigida pelo cineasta maranhense Frederico Machado encerraram ontem após mais de um mês de intensa produção. Trata-se uma série composta por 13 episódios de 26 minutos cada e que serão exibidos ano que vem no canal Cine Brasil TV. As filmagens iniciaram no dia 17 de julho em locações em Raposa e São Luís.
A série é uma ficção que retrata o atual momento político pelo viés da resistência cultural e dos jovens. “Punga” tem produção da Lume Filmes e conta a história de uma jovem negra que foi adotada por uma família de classe alta de São Luís. Com a chegada da adolescência, ela resolve descobrir suas origens. Apaixonada por tambor de crioula, bumba meu boi e reggae, é levada, pelas circunstâncias, a se tornar líder da comunidade de sua avó biológica, que está prestes a ser invadida por um grupo imobiliário estrangeiro.
O cineasta Frederico Machado explica que a série será exibida em um canal que tem grande alcance em todo o Brasil, em diversas plataformas. “Este trabalho tem um viés da cultura popular mas é bem novelesco, é um trabalho mais comercial, para um público de TV por assinatura que tem uma narrativa mais clássica, com início, meio e fim. Mas é claro que tem também o cinema autoral, de guerrilha, que eu gosto de fazer”, pontua o cineasta.
Ele ressalta a grande produção e a importância da série para São Luís. “É muito importante porque fala da cultura popular e todas as manifestações do Maranhão. Aborda também a posse de terra e questões como a desapropriação, a exemplo do que está ocorrendo no Cajueiro (comunidade da Ilha cujas famílias estão sendo retiradas de suas casas por mandado de desapropriação de terras). Inclusive, o argumento da série veio daí. Fala também do momento político, questões sociais, mas sem esquecer as questões existenciais como é o meu cinema”.
Elenco
Fredrico Machado destaca ainda a grande participação dos maranhenses, tanto no elenco, quanto na produção. Uma delas é a atriz Lídia Gomes, de 18 anos, que vive Punga, personagem principal, conta que sua história de vida guarda semelhanças com a da personagem. “Sou envolvida com as causas sócias e minha avó, a exemplo da avó da Punga, tem um tambor de crioula, então fico muito feliz em ter a oportunidade de abordar estas questões que são tão presentes em nossas vidas, falando de coisas atuais como a retirada de povos tradicionais de suas comunidades, por exemplo”, destaca Lídia Gomes que faz sua estreia no audiovisual.
Ela conta que nunca tinha interpretado nenhum personagem e que foi convidada por integrantes da produção para desempenhar o papel. “Tenho as características da personagem e já tinha vontade de atuar de alguma forma. Depois do convite passei por testes e fui aprovada”, conta a atriz que pensa em trancar o curso de biologia para se dedicar ao de artes cênicas. “Sinto que é o que quero fazer, estou muito feliz”, completa.
Diferente de Lídia Gomes, o ator Al Danúzio traz uma vasta experiência na bagagem. Ele vive Vitor Benzi. “O Vitor é irmão de criação da Punga, mas viveu no exterior muito tempo. Ele volta por conta de uma laço muito forte com ela e se envolve nas causas sociais que ela defende”, relata o ator sobre seu personagem. All conta que fez testes para o personagem. “Isto é muito bom porque mostra a profissionalização da área em São Luís, vemos isto de forma cada vez maior e é importante que ocorra”, acredita.
Produção
Com uma equipe de produção composta por 40 pessoas, um elenco de 50 profissionais sendo a grande maioria de maranhenses e cerca de 100 figurantes, o projeto tem codireção e roteiro de Helena Machado, teatróloga e escritora do Rio de Janeiro; preparador de elenco Ole Ordman, que é alemão; o pernambucano Alexandre Taquary, que assina a direção de produção; e a piauense Mônica Mello, fazendo a produção executiva.
Alexandre Taquary explica que o trabalho de gravação foi intenso. “Gravamos cenas em Raposa e São Luís e encerramos esta etapa. Agora, o material segue para a edição para que seja exibido ao público ainda este ano”.
Punga
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