Insegurança

Lojas do Centro Histórico são alvo de arrombadores

Os comerciantes dizem que assaltos estão ocorrendo, principalmente, durante a madrugada e os criminosos usam "pé de cabra" para realizar arrombamentos nos estabelecimentos; os donos de lojas denunciam insegurança e cobram mais ação policial

Atualizada em 11/10/2022 às 12h23
Donos de lojas estão utilizando grades de ferro para impedir a ação de ladrões durante a madrugada (De Jesus)

SÃO LUÍS - As lojas de artesanato, lanchonetes e sorveterias, como também pontos comerciais de produtos de secos e molhados, localizados no Centro Histórico, estão sendo alvos de criminosos, principalmente, durante o período da madrugada. A ocorrência de arrombamento, segundo os comerciantes, está sendo de forma diária nessa localidade, e os suspeitos estão utilizando “pé de cabra”.
Um dos casos ocorreu na madrugada do último dia 7, e o alvo dos bandidos foi a loja Star Disco, na rua Portugal.

O proprietário desse estabelecimento comercial, Benedito Barros, o Biné Roots, disse que, ao chegar à sua loja, encontrou um buraco feito em uma das portas e na parte interna mais estragos.

Biné Roots disse que, segundo informações, o arrombamento foi praticado por moradores de rua e usuários de entorpecentes. Eles levaram vários discos, dinheiro, peças de roupa, acessórios de reggae, pendrives e outros produtos. “Tive um prejuízo acima de R$ 5 mil e fui obrigado a reforçar a segurança nas portas da minha loja, colocando grades de ferro”, declarou.

Segundo ele, no dia 8 deste mês os assaltantes agiram no Mercado das Tulhas. Somente de um ponto comercial, os bandidos levaram sacos de camarão e peixe seco. De uma lanchonete, foram levados alimentos e dinheiro.

Na madrugada

Maria de Sousa, de 59 anos, que é funcionária de um dos pontos comerciais do Centro Histórico, disse que, no decorrer do dia, ainda não teve conhecimento sobre ocorrência de arrombamento, mas durante a madrugada já virou rotina. “Os ladrões agem na madrugada quando não existe quase movimento de pessoas na área e também militares. Alguns moradores do Centro sentem receio de sair de casa após as 23h, já que os bandidos ficam nas esquinas das ruas para assaltar”, afirmou a vendedora.


Ivaldo de Jesus Oliveira, de 48 anos, proprietário do Bumba Roots, disse que a maioria dos criminosos que agem na área circula durante o dia para identificar os estabelecimentos que são mais vulneráveis para serem roubados.

“A minha loja, até o momento, não foi assaltada, devido a eu dormir no local. Os assaltantes sabem os pontos que ficam sozinhos no decorrer da noite”, contou o empresário. Sebastiana Costa, de 45 anos, que trabalha no Bacuri, disse que a polícia conhece alguns assaltantes e até mesmo consegue fazer a captura, mas em pouco estão soltos e retornam para o Centro Histórico.

Ausência de monitoramento

Joanice Frazão, conhecida como Jô, de 48 anos, tem uma banca há 18 anos, na Praça da Fé, ao lado da Casa do Maranhão. Ela disse que, nas proximidades da Star Disco, havia uma câmera do vídeo do Sistema de Segurança Pública, mas foi desativada. “Muitas câmeras do Reviver não funcionam e isso facilita a ação dos assaltantes. Caso ainda tivesse a câmera, muitos roubos, acredito, não seriam realizados”, afirmou.

Ela também disse que foi desativada a câmera nas proximidades da Praça Nauro Machado. “Nesse ponto, as câmeras foram quebradas e os fios estão soltos em um poste de ferro, O Reviver está ausente do serviço de monitoramento”, desabafou Jô.

Uma outra vendedora, que não quis se identificar, disse que no local onde trabalha foi necessário colocar grades de ferro, como também sistema de câmera de vídeo tanto na parte interna quanto externa. “Foi necessário reforçar a segurança da loja, pois caso contrário já tinha sido arrombada por marginais”, afirmou.

Arrombadores

O delegado do 1º Distrito Policial, Walter Carlito, declarou que, na área do Centro, há dois tipos especificamente de arrombadores.

"Um deles são os moradores de rua. Eles, na maioria das vezes, arrombam casarões para residir, como também para servir de local para usarem droga. Também há aqueles arrombadores que residem na periferia da cidade e se deslocam a área do Centro, com o objetivo de realizar crimes contra o patrimônio público. Eles, sob o ditame de integrantes de facção criminosa de não poder roubar no bairro onde residem, vão para outras áreas da cidade para realizar as suas ações ilegais”, informou o delegado.

Segurança

O Batalhão de Turismo da Polícia Militar (BPTur) informou, por meio de nota, que diariamente são desenvolvidos trabalhos preventivos e ostensivos no Centro Histórico de São Luís. A segurança local conta com cerca de 30 homens da Polícia Militar, que atuam em viaturas ou motocicletas, e realizam abordagem a pedestres e veículos em situação suspeita. O objetivo é inibir atos criminosos na região.

O BPTur esclarece que, em virtude dos eventos realizados nas praças, a segurança recebe o reforço de mais 40 PMs. Além disso, por questões estratégicas, em março deste ano foi inaugurado um Posto Fixo da PM dentro do Terminal da Praia Grande para garantir maior segurança na área.

Em paralelo às ações do BPTur, o 9° Batalhão da Polícia Militar (9° BPM) e Batalhão Tiradentes realizam a segurança em toda a área comercial do Centro. A PM conta com uma viatura para o atendimento de eventuais ocorrências na Rua Grande e informa que retomou a Operação Centro Seguro, que tem como um dos objetivos realizar rondas no horário de 0h até 6h, com o intuito de reduzir arrombamentos durante os finais de semana (sextas, sábados e domingos).

Ainda segundo a nota, os efeitos das ações da Polícia Militar podem ser quantificados na redução de 90% nas ocorrências de arrombamento nestes últimos anos. Já os casos registrados nas últimas semanas seguem investigados pela Polícia Civil.

A Polícia Militar ainda informou que a população também pode colaborar pelo telefone 190 e orienta que eventuais vítimas registrem boletim de ocorrência na delegacia mais próxima

Saiba mais

No dia 29 de abril deste ano foi arrombado o Casarão do Laboratório de Expressões Artísticas (Laborarte), localizado no Centro, de onde foi furtado vários equipamentos de som, que eram utilizados nos ensaios e apresentações. A Polícia Civil está investigando o caso.

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