As recentes críticas diretas do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), a Flávio Dino (PCdoB) acabaram inserindo definitivamente o governador do Maranhão no debate nacional.
Mas a entrada do comunista nessa arena – nitidamente de olho numa possível candidatura a presidente em 2022 – também exacerbou as contradições do seu governo em nível local.
Dino, por exemplo, tem feito reiteradas críticas à Reforma da Previdência.
Já neste fim de semana, por exemplo, voltou a tratar do tema, em entrevista à Veja. Disse que não apoiou o texto apresentado pelo governo Bolsonaro, mas ponderou que a versão aprovada em primeiro turno pela Câmara já era melhor que a inicial.
Enquanto opina sobre a Previdência nacional, no entanto, Dino acumula déficits seguidos na Previdência estadual.
Nos últimos exercícios financeiros, os gastos do Governo do Estado com pensões e aposentadorias têm sido, em média, entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões a mais do que o arrecadado.
Além disso, no final do mês de março deste ano, a Secretaria de Estado do Planejamento e Orçamento (Seplan) publicou um “Demonstrativo da Projeção Atuarial do Regime Próprio de Previdência dos Servidores” no qual admite que – se mantidas as regras atuais - já em 2022, último ano do governo Flávio Dino, o déficit acumulado da Previdência estadual será de R$ 3,1 bilhões.
Economia - Durante a semana, o deputado estadual Adriano Sarney (PV) tocou em outro ponto sensível ao governador maranhense: a economia.
Ao comentar medidas do governo Bolsonaro para contornar a crise – sobretudo a liberação de saques do FGTS -, Dino acabou confrontado com o resultado da economia maranhense no seu próprio governo.
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“Liberação de pequena parcela do FGTS é muito pouco diante de uma economia paralisada e com 13 milhões de desempregados. É urgente a ampliação de obras públicas. E um programa emergencial de socorro a famílias endividadas, para melhorar demanda. Há caminhos. Mas é preciso ter foco no Brasil”, propôs Flávio Dino.
Adriano destacou que, com resultados econômicos tão ruins no Maranhão, o comunista não tem autoridade para criticar o governo federal.
“Quem é Dino para falar em economia nacional? Antes dele o PIB daqui crescia acima da média nacional. Hoje cai mais do que a de outros estados. O número de pobres aumentou em 300 mil, o desemprego disparou, o governo quebrou… Cinismo incontrolável”, completou.
Investigações - As investigações de supostos crimes praticados na administração pública também foi tema de debate.
Na quinta-feira, 25, o deputado federal Márcio Jerry (PCdoB), liderança mais ligada ao governador Flávio Dino no Maranhão, foi às redes reclamar do fato de que o Ministério da Justiça, via Polícia Federal, é quem está conduzindo investigações no caso dos vazamentos de informações hackeadas do celular de Sergio Moro, atual ministro da Justiça.
Num tuíte, o comunista levanta a questão como uma forma de lançar suspeitas sobre o trabalho investigativo.
“Ministro Sergio Moro conduz investigações sobre informações que revelam crimes praticados por…ele mesmo, Sergio Moro. Só pra lembrar!”, declarou.
A declaração de Jerry fez lembrar situação parecida no governo Dino. Há algumas semanas surgiram no Maranhão denúncias – feitas por dois delegados da Polícia Civil – de que o secretário de Estado da Segurança, Jefferson Portela, estaria espionando irregularmente políticos, magistrados e outras autoridades.
E quem investiga o caso é a Polícia Civil, estadual, comandada pelo próprio Portela.
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