O deputado estadual Adriano Sarney (PV), líder da Oposição na Assembleia Legislativa, confrontou o governador Flávio Dino (PCdoB), que, por meio de seu perfil em rede social, deu palpite sobre a situação econômica nacional.
O chefe do Executivo estadual havia sugerido a criação de um programa emergencial para dar maior assistência a população do país. A sugestão ocorreu logo depois de ele ter criticado a liberação, por parte do Governo Federal, de R$ 500 de saques do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) para titulares de contas ativas.
“Inflação abaixo do centro da meta permite corte de juros e mais crédito para empresas. É urgente a ampliação de obras públicas. E um programa emergencial de socorro a famílias endividadas, para melhorar demanda. Há caminhos. Mas é preciso ter foco no Brasil”, comentou Flávio Dino.
Foi o que motivou a manifestação de Adriano. O parlamentar questionou a legitimidade de Dino para tratar do assunto, levando em consideração a grave crise econômica pela qual passa o estado do Maranhão.
O deputado de oposição lembrou do aumento da extrema pobreza, do aumento do desemprego e da queda do Produto Interno Bruto (PIB) do Maranhão.
“Quem é Dino para falar em economia nacional? Antes dele, o PIB daqui crescia acima da média nacional. Hoje cai mais do que a de outros estados. O número de pobres aumentou em 300 mil, o desemprego disparou, o governo quebrou... Cinismo incontrolável”, enfatizou.
Queda do PIB
Em novembro do ano passado, relatório do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou a queda do PIB no estado referente ao exercício financeiro de 2016.
De acordo com o instituto, o PIB maranhense encolheu 5,6% em 2016 – depois de já haver recuado 4,1% em 2015. Nos dois anos, o estado registrou retração maior que a do Brasil, chegando a uma queda acumulada de 9,7%. Ou seja, quase 10% de queda do PIB.
Extrema pobreza
O estado do Maranhão também apresentou elevação da extrema pobreza e bateu recorde nacional. Foi o que atestou levantamento da consultoria Tendências, divulgado no fim de 2018.
Os dados da consultoria Tendências confirmaram, na ocasião, o que já havia constatado relatório do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), divulgado em dezembro de 2017, e que apontava, na oportunidade, aumento da pobreza entre os anos de 2015 e 2016 no Maranhão em decorrência de um baixo desempenho do setor econômico local.
O relatório da consultoria Tendências mostrou que 12,2% das famílias maranhenses viviam, até 2017, com menos de R$ 85,00 por pessoa. Quatro anos antes, quando o governador Flávio Dino havia vencido a eleição para exercer o primeiro mandato, o indicador era de apenas 8,7%.
O relatório também mostrou que em 2015, no primeiro ano do mandato de Flávio, a proporção das famílias que passaram a viver abaixo da linha da extrema pobreza no Maranhão subiu de 8,7% para 11,1%. Em 2016, essa proporção apresentou uma leve queda, para 10,7% - apesar disso, maior do que a de 2014 -, e em 2017 voltou a subir e a bater recorde, em 12,2%.
OUTRO LADO
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Em nota, o governo se manifestou sobre dados apontados por Adriano Sarney. “O IBGE divulgou, no final de 2018, o resultado municipal do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas, referente ao ano de 2016. De acordo com a publicação, entre os anos de 2014 e 2016, a participação do PIB do Maranhão no PIB do Brasil cresceu em 2,26%, enquanto a participação do PIB agregado dos municípios do Plano Mais IDH no PIB do Maranhão cresceu 4,29%, ou seja, o PIB dos municípios que integram o Plano cresceu, proporcionalmente, quase o dobro do observado no Estado em relação ao Brasil. O município de São Luís, que ocupava a 22ª posição nacional e a 5ª posição no Nordeste no ano de 2002, avançou para a 16ª posição nacional e a 2ª posição regional em 2016, com o PIB per capita de R$ 26.154,25, segundo o instituto”.
Desemprego também
aumentou na gestão estadual
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) divulgados no mês de fevereiro deste ano pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontaram aumento do desemprego no Maranhão entre os anos 2017 e 2018.
Os números apresentados naquela ocasião iam de encontro a um cenário já estabelecido no restante do país, com a diminuição do desemprego em 18 estados.
Pelo relatório, além de a taxa ter aumentado no Maranhão e em apenas outros seis estados, alcançou uma elevação histórica de 2012, quando o país entrou numa profunda crise financeira.
De acordo com o Pnad, a taxa de desemprego no Maranhão aumentou de 14,3% para 14,4%. No Rio de Janeiro passou de 14,9% em 2017 para 15% em 2018; em Sergipe de 14,3% para 16,6%; em Alagoas de 16,7% para 17%; em Roraima passou de 9,9% para 12,3% e no Amapá de 17,8% para 20,2%.
Em outros 18 estados, houve redução no desemprego. Foi o que tomou por base o deputado Adriano Sarney, ao criticar o governador Flávio Dino.
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