COLUNA

Vitimismo ou xenofobia?

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24

Repercutiu fortemente no fim de semana uma declaração do presidente da República, Jair Bolsonaro (PSL), com críticas ao governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB).
- Não tem que ter nada com esse cara - disse ele, numa conversa de pé de ouvido com o chefe da Casa Civi, Onyx Lorenzoni, mas que acabou vazando num microfone que já estava ligado para uma coletiva no Palácio do Planalto. Tudo foi transmitido ao vivo.
O pomo da discórdia, contudo, não foi exatamente a ordem para uma suposta retaliação ao comunista, mas o que ele disse antes disso.
O próprio presidente já declarou que fez crítica específica a Dino e ao governador da Paraíba, João Azevêdo (PSB). Mas o PCdoB compartilhou um vídeo com uma legenda sugerindo que Bolsonaro chamou os nordestinos, de uma forma geral, de “paraíbas” - termo pejorativo utilizado comumente no sul e sudeste.
O que se viu a partir disso foi uma reação em cadeia dos adversários do presidente, num protesto contra o que consideraram xenofobia. Os governistas, por outro lado, garantem que tudo não passa de vitimismo barato.
O fato é que não há como ter certeza, pelo áudio vazado, do que efetivamente disse Bolsonaro.
E, de toda a repercussão de um áudio inconclusivo, afinal, o que se pode concluir com segurança é que o governador Flávio Dino finalmente conseguiu o que tenta há quase um ano: posicionar-se como principal antagonista do presidente Jair Bolsonaro.
E que a esquerda, mesmo após fragorosa derrota nas eleições de 2018, segue atuando em bloco quando o objetivo é desestabilizar o governo.

Falando nisso…
Por falar na polêmica do fim de semana, prova de que Flávio Dino foi o maior beneficiário foi dada pela deputada federal Jandirta Feghali (PCdoB-RJ).
Em entrevista a um canal do YouTube, ela voltou a falar sobre candidatura do governador do Maranhão à Presidência da República.
- A gente tenta convencê-lo a se colocar à disposição neste processo. Ele é um nome que amplia este campo. Dino foi apoiado por 14 partidos, então ele deve ser considerado por este conjunto -, declarou.

Obra
Numa espécie de reação aos ataques de políticos da esquerda do Nordeste, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) resolveu anunciar mais uma obra para região.
Disse que em dois anos o Porto do Itaqui estará ligado, por ferrovia, ao Porto de Santos. E completou:
- Em quatro anos faremos muito pelo Brasil e o até então esquecido Nordeste, apesar da mídia e de alguns governadores.

Visita
A crise entre Jair Bolsonaro e Flávio Dino ocorre apenas dias antes de o presidente desembarcar em São Luís. Na primeira quinzena de agosto ele visita a capital para entregar obras do governo federal na cidade.
Ciente disso, o deputado federal Gastão Vieira (Pros) resolveu polemizar sobre o assunto. Sugeriu que ele não deveria participar das inaugurações.
- Prefeito Edivaldo Holanda Jr., o que Jair Bolsonaro vem fazer na inauguração da Rua Grande? Não fez nada, o dinheiro era da Dilma, quem ajudou a liberar foi Temer -, disse, no Twitter. Edivaldo não respondeu.

O melhor…
Por falar em Gastão, ele ocupa atualmente a primeira colocação entre os deputados federais maranhenses no Ranking dos Políticos.
O levantamento avalia a participação dos parlamentares em sessões, o acesso a privilégios e a chamada “qualidade legislativa”, relativa a votações e proposições de matérias.
Processos judiciais (ou a inexistência deles) também contam pontos. Gastão tem 71 pontos, assim como Pastor Gildenemyr.

...e o pior
Por outro lado, o pior deputado federal do Maranhão, segundo o mesmo Ranking, é Márcio Jerry (PCdoB).
Com 66 pontos negativos, ele ocupa a 506ª posição no geral, entre 594 avaliados.
Se serve de consolo, o comunista foi apontado como um dos melhores deputados do Twitter, segundo levantamento divulgado por ele mesmo há alguns meses.
Impopular
São cada vez maiores as reclamações de assessores da Secid contra mudanças feitas pela gestão Rubens Júnior (PCdoB) na rotina da pasta.
Além de salários atrasados, terceirizados reclamam de veto ao estacionamento de veículos em vagas existentes no prédio da secretaria.
Afirmam que a determinação sequer partiu de Rubens, mas de um jornalista/publicitário com grande ascendência sobre o secretário.

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DE OLHO

R$ 132 milhões é o valor da construção do Hospital da Ilha, que o Governo do Maranhão promete entregar ao fim do atual mandato.

E MAIS

• O embate Bolsonaro/Dino levou aliados do presidente nas redes a compartilhar alguns “podres” da gestão comunista no Maranhão.

• Aluguéis camaradas, gastos com voos fretados, excesso de terceirizações fora alguns dos temas já de amplo conhecimento dos maranhenses levados ao público brasileiro no fim de semana.

• A Emap segue sem fornecer a lista de funcionários do Porto do Itaqui exigida pela Comissão de Fiscalização da Câmara dos Deputados.

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