Violência

Ataque de mísseis deixa dezenas de feridos em aeroporto da Arábia Saudita

O míssil atingiu o saguão de desembarque do aeroporto, que é usado em rotas domésticas e regionais, e deixou 26 pessoas feridas. Grupo houthi, do Iêmen, reivindicou a autoria

Atualizada em 11/10/2022 às 12h24
Aeroporto de Abha, na Arábia Saudita, que foi alvo de ataques, ontem, que deixou 26 feridos (Reuters)

ARÁBIA SAUDITA - ​Um ataque de mísseis comandado por forças houthis iemenitas ontem, 12, ao aeroporto de Abha, na Arábia Saudita, deixou 26 feridos, informou a agência de notícias Reuters.

Entre os atingidos estão três mulheres e duas crianças, de nacionalidades saudita, iemenita e indiana, disseram as autoridades. Oito pessoas foram hospitalizadas e as outras têm machucados leves.

O reino árabe e os rebeldes houthis são adversários no conflito do Iêmen, que começou há cerca de 5 anos e já causou uma crise humanitária no país. Os houthis são, por sua vez, alinhados com o Irã.

Para a coalizão militar liderada pelos sauditas no Iêmen, o ataque de ontem, 12, que poderia vir a ser um crime de guerra, provou o apoio do Irã ao que chamou de terrorismo através das fronteiras. Em comunicado, afirmou que vai responder de forma "firme" ao ato.

"Este ataque também prova que a milícia terrorista adquiriu novas armas especiais, [além de provar] o contínuo apoio e a prática do terrorismo transfronteiriço pelo regime iraniano", disse o comunicado.

A autoria do ataque foi reivindicada pelos houthis em seus canais de mídia. O Irã não se pronunciou imediatamente. O país persa recebeu, ontem, o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que tenta mediar as tensões no Golfo entre iranianos e os Estados Unidos.

De acordo com o comunicado da coalizão, o míssil atingiu o saguão de desembarque do aeroporto, que é usado em rotas domésticas e regionais e fica a cerca de 200km da fronteira da Arábia Saudita com o Iêmen.

Já o centro de mídia houthi afirmou que o míssil destruiu a torre de controle. O porta-voz da coalizão não respondeu imediatamente a um pedido de comentário e a Reuters não pôde verificar a alegação de forma independente.

Um porta-voz militar do grupo iemenita disse que o ataque de ontem, 12, foi uma resposta aos "crimes" da coalizão contra o Iêmen. "Os sistemas americanos mais modernos não conseguiram interceptar o míssil", afirmou em comentários feitos pelo centro de mídia do grupo.

Na terça-feira,11, também por meio de um porta-voz, o grupo rebelde iemenita afirmou que atacaria todos os aeroportos da Arábia Saudita — e que os próximos dias revelariam "grandes surpresas".

Embates

Os houthis já atacaram cidades sauditas com drones e mísseis, a maioria dos quais foi interceptada. Em março de 2018, um egípcio foi morto em Riad, na Arábia Saudita, por estilhaços de mísseis.

O porta-voz houthi não respondeu de forma imediata, entretanto, quando questionado se o projétil havia sido interceptado pelos mísseis Patriot da Arábia Saudita antes de atingir o aeroporto.

A aliança liderada pela Arábia Saudita e pelos Emirados Árabes Unidosinterveio no Iêmen em 2015 para tentar restaurar o governo internacionalmente reconhecido que foi expulso do poder na capital, Sana'a, pelos houthis no final de 2014. Outros países, como Egito e Bahrein, também fazem parte da coalizão. Ambos manifestaram apoio aos sauditas ontem, 12.

O ataque ocorreu em meio a um cenário de alta tensão entre os Estados Unidos e o Irã, depois da decisão de Washington de endurecer as sanções contra Teerã e reforçar sua presença militar no Golfo.

No mês passado, dois ataques de drones armados atingiram estações de petróleo da Arábia Saudita, que foram reivindicadas pelos houthis. A Arábia Saudita acusou o Irã de ordenar o ataque — mas Teerã e os rebeldes negam.

O conflito é amplamente visto na região como uma guerra indireta entre a Arábia Saudita e o Irã. Os houthis negam ser marionetes do país persa e dizem que sua revolução é contra a corrupção.

A escalada da violência pode ameaçar uma frágil iniciativa de pazliderada pela ONU na cidade portuária de Hudeida, no Iêmen, que administra a maior parte das importações comerciais e de ajuda ao país empobrecido e é uma tábua de salvação para milhões de iemenitas.








ONU

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