SÃO LUÍS - O quarto levantamento da safra de cana-de-açúcar (2018/2019), divulgado ontem pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), revela que 92,5% da produção total de cana-de-açúcar (2,065 milhões de toneladas) no Maranhão terão como destino a produção de etanol (anidro e hidratado). Portanto, para a fabricação de açúcar serão destinados 7,5%.
De acordo com a Conab, a produção de etanol anidro será de aproximadamente 139,778 milhões de litros, enquanto a de etanol hidratado será de 25,088 milhões litros. No caso do açúcar, é esperada uma produção de 22,5 mil toneladas, volume 0,1% menor que o registrado na safra anterior.
Na atual safra, os fatores climáticos foram favoráveis, principalmente, durante o período de desenvolvimento vegetativo da cultura, para todas as regiões produtoras do estado. Apesar de ter ocorrido um veranico, os efeitos desse fenômeno foram minimizados pelo fornecimento de água, por irrigação, e investimentos em adubação, o que resultou na recuperação de diversos talhões que se encontravam submetidos a esse estresse hídrico.
De maneira geral, a produtividade média se manteve próxima àquela verificada em 2017/18, alcançando 58.569 kg/ha. No entanto, a área plantada apresentou redução, saindo de 38 mil hectares na safra passada para 35,3 mil hectares nesta temporada atual. Isso impactou a produção, que ficou em 2.065,7 mil toneladas (7% menor que o ciclo passado).
Já o Brasil deve alcançar uma produção total de 33,58 bilhões de litros de etanol, o que representa um aumento de 23,3% ou 6,3 bilhões de litros, em relação ao período passado. O recorde se mantém também para a quantidade de etanol hidratado, com 22,99 bilhões de litros, ou seja, 41,5% ou 6,7 bilhões de litros a mais que o ciclo anterior. Este cenário confirma o novo recorde de produção de etanol para o país, batendo o índice anterior de 30,5 bilhões na safra de 2015/16. No hidratado, o maior valor até então alcançado havia sido de 19,6 bilhões de litros, na safra 10/11.
Redução
Os dados do 4º levantamento da Safra de Cana-de-açúcar mostram também que houve redução com relação ao anidro, que é utilizado na mistura com a gasolina. A produção ficou em 10,59 bilhões de litros, 3,7% a menos que no período antecedente.
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De acordo com o superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, Cleverton Santana, o aumento na produção de etanol nesta safra deveu-se, principalmente, à queda de preços do açúcar no mercado internacional e a um cenário mais favorável para o etanol no mercado interno, frente à alta do dólar e do petróleo. “Esses fatores fizeram com que as unidades de produção aumentassem a destinação de cana-de-açúcar para a produção de etanol nesta safra”, explica.
A safra da cana foi de 625,2 milhões de toneladas, apresentando redução de 1,3% em relação à anterior de 633,26 milhões de t. No caso da produção de açúcar, esta atingiu 31,35 milhões de t, um decréscimo de 17,2% ou 6,5 milhões de t, se comparado à temporada passada. A área colhida ficou em 8,59 milhões de hectares, o que representa uma diminuição de 1,6% se comparada a 2017/18.
Na região sudeste, principal produtora do país, com São Paulo e Minas Gerais abrangendo quase 64% da produção nacional, a produção total foi de 402,8 milhões de t, uma redução de 3,5% em relação à safra 2017/18, por problemas climáticos e devolução de terras arrendadas.
Nova safra
A pesquisa realizada em campo, que permitiu a coleta de dados por parte dos técnicos da Conab para este estudo, servirá também para a divulgação do 1º Levantamento da Safra de Cana-de-Açúcar 2019/2020. “A cana-de-açúcar é uma cultura semi-perene, não é necessário que seja feita toda a sua colheita para que haja um replantio”, explica Cleverton. “Isso nos permite aproveitar a viagem a campo para realizar duas pesquisas distintas: uma de fechamento da safra atual e outra de estimativas para o início da próxima”, explica o superintendente.
A divulgação do 1º Levantamento da Safra de Cana-de-Açúcar 2019/2020 será no dia 7 de maio, em Brasília.
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