SÃO LUÍS - Com o tema “Guia-me pelas veredas da igualdade e da justiça”, o grupo Grita encena hoje e amanhã o espetáculo “Via Sacra”, às 18h30. A peça, que este ano comemorará 38 anos de apresentação, atrai um grande público de São Luís e de outras cidades que acompanha, pelas ruas do bairro Anjo da Guarda, a Paixão de Cristo. Como é costume, a trupe não deixará de abordar assuntos atuais, como por exemplo, o feminicídio, homofobia, xenofobia, maus tratos a idosos e crianças, entre outros temas que serão abordados durante o espetáculo.
Em uma linguagem contemporânea, o Grita levará para as ruas do bairro, que se transformam em um grande teatro ao ar livre, momentos de reflexão acerca de direitos, igualdade e respeito às diferenças, bem como a valorização das minorias e o combate a todo tipo de discriminação seja ela por raça, gênero, crenças, condição física, concepções ideológicas, nacionalidade e classes sociais. Tudo isto para falar sobre os momentos finais da vida de Cristo.
Para que tudo saia da melhor forma, os preparativos para os dois dias de espetáculo começam com bastante antecedência. Oficinas de cenografia, adereços, acessórios e costuras iniciaram no primeiro dia de abril. Já os ensaios do elenco e corpo de baile, ocorrem desde o dia 25 de março. Há inda uma preocupação com a infraestrutura e segurança do local do espetáculo, garantida pelos órgãos do Governo do Estado e da Prefeitura de São Luís.
Novidades
Segundo o presidente do grupo Grita, Carl Pinheiro, que assina a direção geral do espetáculo ao lado de Cláudio Silva e Auro Juriciê, este ano a encenação traz algumas novidades entre as quais um cristo negro e outro branco. “Cássia Pires, que vai fazer Maria, grande atriz maranhense, estreia no espetáculo. Além dela, Amélia Cristina, que é negra e foi miss Maranhão 1999 estará como um elemento surpresa. A cena da conspiração tem uma dinâmica mais atual, como um tribunal. Enfim, muitas novidades para potencializar o espetáculo”, adianta o diretor, ressaltando que o espetáculo homenageará Marielle Franco, vereadora assassinada no Rio de Janeiro e Dandara, travesti também assassinada por homofobia.
Além dos três diretores gerais, a “Via Sacra” tem como diretores de cena Lewdson Clay, Jefferson Gama, Fátima di Franco e Warles Lemos. Cenografia é de Zezé Lisboa, Simoney Mascarenhas e Edson Lima; direção musical de Gustavo Correia. O elenco principal reúne Jorge Smith (Jesus), Cássia Pires (Maria) e Amélia Cristina (Mariele). Elza Gonçalves (Anjo de matriz indígena), Christiane (Anjo de matriz africana). O espetáculo reúne, de acordo com os organizadores, aproximadamente duas mil pessoas, entre atores, figurantes, técnicos e diretoria do Grita.
Para Carl Pinheiro, o espetáculo tem uma grande relevãncia para a comunidade. “A importância maior é o sentimento de pertencimento de uma comunidade vista com preconceito, que é o caso do Anjo do Guarda. A ‘Via Sacra’ revela para o Maranhão uma comunidade de artistas que se orgulha já que o espetáculo é uma janela exponencial da arte feita por uma gente que valoriza a cultura neste bairro. O Grita tem um papel social muito importante na área Itaqui-Bacanga que é revelado através do espetáculo”, opina.
Para ele, o principal desafio da montagem ainda é o financeiro. “Mesmo com o certificado deferido pela Lei de Incentivo, é insuficiente, pois, temos uma pré-produção que se aproxima de R$ 700 mil. Mas, no Grita, costumamos dizer que encontramos nas dificuldades a solução para um belo espetáculo”.
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Serviço
O quê
“Via Sacra”
Quando
Hoje (18) e amanhã (19), às 18h30
Onde
Ruas do bairro Anjo da Guarda
Saiba Mais
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