Desembargadores foram alvos de investigação, a pedido da SSP
Denúncia foi feita em depoimento prestado no dia 12 deste mês pelo ex-superintendente da Seic Thiago Bardal; segundo ele, o secretário Jefferson Portela pediu que magistrados fossem investigados
Em depoimento no dia 12 deste mês, o ex-superintendente da Polícia Civil do Maranhão Thiago Bardal afirmou que - por orientação do secretário atual de Segurança Pública do Estado (SSP), Jefferson Portela - determinou a instauração de procedimento investigativo contra desembargadores. Segundo o delegado, seriam alvos das apurações Froz Sobrinho, Tyrone José, Antonio Guerreiro Júnior e Nelma Sarney.
Na oitiva, prestada ao juiz da 2a Vara Criminal de São Luís, José Ribamar d’Oliveira, sem citar em qual período exato, disse que, em uma conversa no gabinete do titular da SSP, foi dada a ordem. “Ele [Jefferson] me chama em seu gabinete e diz: ‘Quando for secretário, vai sair desembargador algemado daqui. Tem que investigar Froz, Tyrone, Guerreiro e Nelma’. Ele me mostrou uma decisão que tinha saído e disse: ‘Faça uma representação do Tyrone e encaminhe para o CNJ [Conselho Nacional de Justiça’. Eu disse que não tínhamos atribuição. Ainda assim, o secretário insistiu e ele [Jefferson] ligou na minha frente para a assessora da então ministra Carmén Lúcia, que era então integrante do CNJ. Vamos entregar pessoalmente essa representação”, afirmou.
Denúncias
Questionado pelo magistrado, Bardal disse que as denúncias se fundamentariam no fato de que assaltantes de bancos estavam sendo liberados, mediante uso de tornozeleiras. “O fundamento seria que assaltantes de bancos estavam sendo liberados com tornozeleira e o secretário queria saber o porquê disso”, afirmou Bardal.
Após um mês da instauração da primeira denúncia, de acordo com o ex-superintendente da Polícia Civil, o secretário determinou nova apuração. “Um mês depois, ele [Jefferson] me chamou novamente. E disse para formular nova denúncia. Eu disse: ‘Negativo’”, afirmou o ex-gestor da polícia.
Bardal afirmou ainda que, ainda na formulação da representação, delegados (sem citar quais) que formavam na polícia o grupo de combate organizado deveriam assinar o documento. Segundo o ex-gestor, pelo fato dos delegados estarem em “estágio probatório”, ou seja, sem estabilidade nos cargos, o próprio Bardal assinou a representação.
Dentre os magistrados, Tyrone Silva e Froz Sobrinho se manifestaram. A O Estado, Tyrone declarou que, “por ainda não estar a par dos fatos”, não iria se pronunciar de forma oficial, o que deverá ocorrer hoje.
Já Froz Sobrinho, por meio da assessoria, disse que não se manifesta em inquéritos ou processos dos quais Thiago Bardal faz parte. O motivo é que Sobrinho, que faz parte da mesma Câmara Criminal que o desembargador Tyrone, se declarou suspeito de atuar no caso do delegado desde que Bardal denunciou o Tyrone Silva ao CNJ.
Procurada, a desembargadora Nelma Sarney disse que não vai se pronunciar. O desembargador Antônio Guerreiro Júnior não foi localizado.
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Explicações
O Estado entrou em contato ainda com a assessoria de comunicação do secretário de Segurança do Estado, Jefferson Portela, solicitando manifestação a respeito do que disse o ex-titular da Seic. Até o fechamento da edição, não houve resposta.
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