Pelos dados do Itamaraty, vivem na Venezuela, em diferentes cidades, cerca de 11,8 mil brasileiros
CARACAS - Um grupo de cerca de 100 brasileiros foi autorizado a deixar a região de Santa Elena do Uairén, na Venezuela, depois de uma longa negociação entre autoridades brasileiras e venezuelanas. Os brasileiros estão autorizados a regressar para o Brasil a partir da noite de terça-feira, 26, segundo informações do Ministério das Relações Exteriores.
No grupo, há turistas e residentes, inclusive crianças, além de motoristas de caminhões. Inicialmente, surgiu a informação que apenas aqueles com problemas de saúde estariam autorizadas a retornar para o território brasileiro.
A fronteira do Brasil com a Venezuela está fechada desde o último dia 22, quando o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou a medida. A partir daí, houve momentos de confrontos e violência na região, registrando inclusive mortos e feridos.
Pelos dados do Itamaraty, vivem na Venezuela, em diferentes cidades, cerca de 11,8 mil brasileiros. Mas nem todos têm interesse de retornar ao Brasil, pois muitos têm dupla nacionalidade e preferem ficar em território venezuelano.
O Ministério das Relações Exteriores informou que o “serviço consular segue auxiliando os brasileiros na consulta sobre interesse em deixar” a Venezuela.
O governo brasileiro mantém consulados em quatro cidades distintas venezuelanas, entre elas Santa Elena do Uairén e Caracas. Pelas informações preliminares, não há brasileiros em Caracas dispostos a retornar para o Brasil.
Violência
Ainda ontem, o presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó, que permanece em Bogotá (Colômbia), informou, em vídeo postado nas redes sociais, que em breve retornará para seu país. Ex-presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, ele avisou que o Parlamento definirá medidas em decorrência das ameaças de acirramento dos atos de violência na região.
Guaidó reiterou que manterá os esforços para retirar o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, do poder, e assumir o comando do país. Ele prepara um áudio com orientações sobre como agirá nos próximos dias.
“Não assumimos este compromisso de lutar de fora [da Venezuela]. Por isso, em breve estarei na Venezuela para exercer as funções de presidente”, afirmou Guaidó no vídeo. “Circularei um áudio com as próximas instruções e lhes peço que difundam a mensagem. Nada nos deterá”, destacou.
Guaidó viajou para Bogotá onde participou, há dois dias, da reunião do Grupo de Lima. Durante o encontro, presidentes, vice-presidentes e chanceleres das Américas aprovaram declaração definindo que a reconstrução da Venezuela deve ser conduzida pelos próprios venezuelanos sem intervenção externa.
Porém, Guaidó reiterou, no vídeo postado nas redes sociais, que o Grupo de Lima está atento ao agravamento da crise e dos atos de violência. Também afirmou que há um isolamento do governo Maduro.
“[Maduro] é um homem sozinho e desesperado”, disse o interino. “A esperança nasceu para não morrer.”
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