Arte

Arte visual para começar o ano novo

Para quem quer aproveitar o mês de janeiro contemplado a arte, selecionamos exposições em diferentes espaços; entre elas, uma em homenagem a Assis Chateaubriand e outra com enfoque em mulheres negras

Atualizada em 11/10/2022 às 12h27
Tauromaquia, de Pablo Picasso (Tauromaquia)

SÃO LUÍS - Valorizar a arte e o trabalho de artistas maranhenses que fazem a diferença é a pedida para começar 2019. Em São Luís, a agenda cultural direciona para várias exposições, inauguradas no segundo semestre do ano passado e que continuam em cartaz em diferentes espaços. Uma delas é intitulada “A Coleção Assis Chateaubriand do MHAM: um recorte do tempo”, que pode ser conferida até 10 de março, no Museu Histórico e Artístico do Maranhão (Rua do Sol), em comemoração aos 45 anos da casa. Há ainda as exposições “Mãe Petra”, no Chão SLZ (Praia Grande), e “Prelúdio das Certezas: A Linearidade das Indiferenças” e “Presépio Artístico 2018: Uma Tradição que se Renova!”, ambas no Palacete Gentil Braga (Rua Grande).

A exposição intitulada “A Coleção Assis Chateaubriand do MHAM: um recorte do tempo” apresenta 34 obras, entre o conjunto de 42 trabalhos doados. A curadoria da mostra é dos professores da Universidade Federal do Maranhão Regiane Aparecida Caire da Silva e José Marcelo do Espírito Santo, responsáveis pela pesquisa “A contribuição de Assis Chateaubriand na formação do acervo artístico do Maranhão”.
Entre as 42 obras doadas ao Maranhão, estão trabalhos de destaque como a serigrafia “Tauromaquia” (1950), de Pablo Picasso, e “Retrato de Uma Jovem”, reprodução de uma obra de 1852 do pintor austríaco Ferdinand Krumholz, um dos mais populares retratistas do Segundo Império. Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Melo (1892-1968) foi advogado, jornalista, empresário e mecenas das artes.

Entre 1965 e fins de 1967, Chateaubriand lançou a Campanha Nacional de Museus Regionais, com o intuito de descentralizar o eixo artístico Rio de Janeiro-São Paulo, formando coleções em várias regiões brasileiras. A criação do Museu Regional do Maranhão não ocorreu como se esperava, apesar de estar na lista das pretensões do empresário. No entanto, a doação das 42 obras foi realizada por Chateaubriand em 1968, mas somente chegou ao seu destino em 1988, ficando durante 20 anos sob a guarda do Museu de Arte de São Paulo.

O público maranhense também pode conferir a exposição “Mãe Preta”, que retrata as conhecidas imagens das amas-de-leite negras, registradas desde meados do século XIX por diversos pintores e fotógrafos. A pesquisa é assinada pelas artistas Isabel Löfgren e Patricia Gouvêa. Os trabalhos permanecem no Chão SLZ até 9 de fevereiro, reunindo fotografias, vídeos e literatura e permeando pesquisa histórica com relatos contemporâneos. A exposição também conta com a Biblioteca Mãe Preta, reunindo publicações de autoras negras contemporâneas e uma seção voltada para a literatura infantojuvenil, com títulos sobre protagonismo negro e de autoria de mulheres negras para consulta do público.

A pesquisa, iniciada em 2015, busca traçar os elos e as ressonâncias entre a condição social da maternidade negra durante a escravidão e o protagonismo negro feminino no passado e na atualidade por meio de releituras de imagens e arquivos do período, o desaparecimento da história escravocrata na malha urbana das cidades brasileiras, as vozes de mulheres e mães negras na contemporaneidade e o legado da mulher negra na formação da sociedade brasileira e na história visual do país.

Catálogo
O projeto incluiu a edição de um catálogo com 104 páginas com contribuições de nomes nacionais e internacionais, como a antropóloga e curadora-adjunta para histórias e narrativas no Masp, Lilia Moritz Schwarcz (USP); a antropóloga e pesquisadora Martina Ahlert (UFMA); o escritor Alex Castro; o historiador e diretor do Núcleo de Estudos e Pesquisa do Instituto de Pesquisa e Memória Pretos Novos, Júlio César Medeiros da Silva Pereira (UFF); a historiadora da arte, educadora criativa e curadora britânico-nigeriana Temi Odumosu (Universidade. de Malmö - Suécia); e a fotógrafa, escritora e professora do ICP-Bard (EUA), a norte-americana Qiana Mestrich.

No Palacete Gentil Braga (Rua Grande), estão em andamento as exposições “Prelúdio das Certezas: A Linearidade das Indiferenças”, do artista visual Dan Frei, e “Presépio Artístico 2018: Uma Tradição que se Renova!”, com trabalhos de artistas e artesãos maranhenses, na Galeria Antonio Almeida e Sala Maia Ramos. Com realização da Universidade Federal do Maranhão, por meio do Departamento de Assuntos Culturais da Proexce, a iniciativa tem apoio da Fundação Sousândrade, TV UFMA e Universidade FM. A visitação acontece até o dia 6 de janeiro, das 8h às 12h e das 14h às 18h, de segunda a sexta-feira.

Grupos escolares e comunitários que desejarem agendar visitas monitoradas com a participação dos artistas podem entrar em contato com a equipe do DAC, pelos telefones (98) 3272 9361 e 9362 ou pelo site www.cultura.ufma.br. “As duas exposições apresentam ao público trabalhos criativos, produzidos com apurada técnica e muita sensibilidade visual por destacados artistas visuais locais”, disse Fernanda Pinheiro, diretora do DAC. l

Serviço

O quê

Exposições de arte

Quando

Janeiro, fevereiro e março

Onde

Museu Histórico e Artístico do Maranhão (Rua do Sol), Chão SLZ (Praia Grande) e Palacete Gentil Braga (Rua Grande)

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