O depoimento do médico Alan Roberto Costa Silva, que trabalha no Socorrão I, dá a dimensão a que se reduziu a saúde pública no Maranhão. Com corredores lotados de pacientes internados, o hospital municipal tem oito de 10 pacientes oriundos do interior do estado. Isso é resultado, segundo o médico, de desestruturação das unidades de saúde estaduais no interior e da política de saúde ineficiente das prefeituras.
O que Alan Roberto explanou pode ser percebido facilmente, já que o Governo do Estado reduziu os hospitais de 20 leitos no interior, sucateou as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e investiu cerca de R$ 32 milhões em ambulância para as prefeituras, o que reforçou a vinda de pacientes que chegam aos Socorrões.
O resultado não poderia ser diferente: prefeitos enviando pacientes nas ambulâncias distribuídas pelo governo comunista para a capital, superlotando o hospital de urgência e emergência da cidade.
Este é o Maranhão de verdade, que tem ainda índices sociais e econômicos preocupantes comprovados por órgãos oficiais como IBGE e CGU. A Macroplan, empresa brasileira de consultoria que se baseia nos dados oficiais, também mostrou que o estado é o “paraíso” dos índices vexatórios. Saúde, Educação, Segurança, Economia e Desenvolvimento Social têm dados que deixam o Maranhão sempre entre os últimos - e na maior parte das vezes em último mesmo - entre os estados da federação.
E a tristeza maior é verificar que os membros do governo estadual tentam mostrar um outro Maranhão: aquele das peças publicitárias.
O secretário de Comunicação e Articulação Política, Márcio Jerry, reuniu a imprensa para apresentar dados que somente a gestão comunista tem e que vão de encontro a todos os números oficiais divulgados.
No Maranhão encantado de Dino e Jerry, o cenário é bom. E o que existe de ruim foi culpa da macroeconomia, do governo federal e do aquecimento global. O governador? Segundo Jerry, somente acertou. Mas a realidade escancara o estado assim: povo sofrido, mais da metade vivendo na extrema pobreza, desemprego elevado, saúde sucateada, pressão no contribuinte com mais impostos e pouca perspectiva de que haverá melhora.
Gastou muito
Durante a coletiva de ontem, o secretário de Comunicação, Márcio Jerry, admitiu que o governo estadual trabalhou com mais dinheiro de repasses federais e de arrecadação estadual nos últimos quatro anos do que a gestão anterior.
Tentando confundir, Jerry chegou a dizer que o dinheiro a mais não foi, na realidade, maior, se levar em consideração os investimentos.
Na verdade, o secretário disse que, apesar de ter mais dinheiro, os gastos foram maiores e, por isso, toda a verba “que parece maior” acabou sendo “menor”. Ou seja, gastou mais do que tinha. Um contrassenso para a gestão pública.
Poderia ser pior?
Jerry também falou dos dados sociais do IBGE que colocam o Maranhão na desconfortável posição com maior número de pessoas vivendo abaixo da linha da pobreza.
Para o secretário, a extrema pobreza maior do Maranhão é culpa da macroeconomia. A gestão estadual, portanto, é mais uma vítima da crise generalizada.
Tirando um percentual que é só seu, o secretário afirmou que se o governo comunista não tivesse agido, a extrema pobreza alcançaria 70%.
Fake
O deputado estadual eleito, Duarte Júnior (PCdoB), mantém o fake news em suas redes sociais em relação ao seletivo para composição de seu gabinete.
O comunista coloca a sua ideia como inédita no Maranhão. E não é. Quem adotou o seletivo para vagas em seu gabinete foi a ex-deputado Helena Heluy, que teve mandato até 2010.
Entre os selecionados para compor o gabinete da notória deputada estavam o atual secretário de Saúde, Carlos Lula, e o advogado Márcio Endles.
Derrota
O governador Flávio Dino teve mais uma derrota relacionada à adequação salarial de 21,7% dos servidores públicos.
O estado pediu que fosse dada uma liminar suspendendo os efeitos de decisão do Tribunal de Justiça que julgou procedente o direito dos servidores de níveis médio e fundamental à adequação.
O desembargador José Ribamar Castro, no entanto, decidiu que o Sindicato dos Trabalhadores do Serviço Público do Estado do Maranhão (Sintsep-MA) precisa se manifestar.
Aprovado
A Justiça Eleitoral aprovou, sem ressalvas, a prestação de contas da campanha do deputado estadual Adriano Sarney (PV), reeleito para mais um mandato na Assembleia Legislativa.
E ao findar o primeiro mandato, o deputado mostra que apresentou mais de 200 proposições e encampou dezenas de causas em favor do estado.
Foi o trabalho na Assembleia que fez com que Adriano recebesse diversas homenagens, entre elas a que foi dada a ele, ontem, em Montes Altos. A Câmara dos Vereadores lhe concedeu o título de Cidadão Montealtense.
Saúde doente
No Orçamento para 2019, que tramita na Câmara Municipal de São Luís, a Prefeitura destina mais de R$ 800 milhões para a Saúde.
Deste total, mais da metade vai somente para pagamento de pessoal.
Para investimentos são reservados somente R$ 60 mil. O custeio tem previsão de R$ 309 milhões.
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DE OLHO
R$ 109 milhões é o valor previsto no orçamento municipal para 2019 que será destinado ao Hospital Socorrão I. Em 2018, foram destinados R$ 117,5 milhões. A redução é de mais de 6%.
E MAIS
• Chamou atenção a entrevista coletiva do governo para apresentar os resultados do primeiro mandato de Flávio Dino. A prestação de contas não foi feita pelo governador e sim por um secretário.
• A justificativa foi de que a agenda de Flávio Dino está comprometida. Não se sabe até quando, mas está.
• Ainda faltam cerca de 16 dias para terminar dezembro e mesmo assim o governador não conseguiu um espaço para mostrar o resultado de seus quatro anos de gestão.
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