STF

Supremo confirma decisão favorável a universidades

Ministros confirmaram decisão liminar concedida por Cármen Lúcia às vésperas das eleições; ministros criticaram a tentativa de evitar pensamentos críticos

Atualizada em 11/10/2022 às 12h28

BRASÍLIA - A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou ontem a suspensão dos efeitos de ações policiais e judiciais realizadas na semana passada dentro de universidades.
Os ministros consideraram que as medidas feriram a liberdade de expressão de alunos e professores e rechaçaram quaisquer tentativas de impedir a propagação de ideologias ou pensamento dentro dos estabelecimentos de ensino.
A decisão referenda liminar (decisão provisória) concedida no último sábado (27), véspera do segundo turno da eleição, pela ministra Cármen Lúcia a pedido da procuradora-geral da República (PGR), Raquel Dodge.

Sem definição
Até a última atualização desta reportagem, 8 dos 9 ministros participantes da sessão tinham votado a favor da liminar de Cármen Lúcia e nenhum contra. O caso ainda terá o mérito julgado em data ainda não prevista.
A Procuradoria Geral da República fez o pedido depois de pelo menos 9 estados brasileiros terem sido alvos na semana passada de operações autorizadas por juízes eleitorais. As ações foram realizadas para averiguar denúncias de campanhas político-partidárias dentro dos estabelecimentos.
Ontem, Dodge afirmou que a Constituição garante ao ensino alcance maior do que o simples caráter informativo, mas sobretudo da formação de ideias, da liberdade de aprender, de ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber assim como o respeito ao pluralismo de ideias e ao debate.
A ministra Cármen Lúcia, relatora do caso, criticou as decisões que autorizaram as ações nas universidades. Para Cármen, a atuação e o exercício da liberdade de manifestação de pensamento, de expressão e de ensinar e aprender não foi sequer objeto das decisões que fundamentaram as buscas.
“Exercício de autoridade não po­de se converter em ato de autoritarismo”, afirmou a relatora. "Reitero que universidades são espaços de liberdade e libertação pessoal, social e política. Seu título indica a pluralidade e o respeito às igualdades e às divergências, para que se formem consensos legítimos apenas quando decorrentes de manifestações livres”, afirmou Cármen.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.