Mesmo sem acordo, ônibus circulam normalmente hoje
Reunião entre empresários e rodoviários deverá acontecer amanhã (30) no Tribunal Regional do Trabalho; em pauta, reajustes salariais e outros assuntos; rodoviários tinham pedido reajuste de 12% e aumento no ticket-alimentação
SÃO LUÍS-Apesar da falta de acordo entre empresários do transporte coletivo e o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário do Maranhão (Sttrema), a frota de ônibus da Grande Ilha circulará integralmente hoje (29). Ao contrário do que aconteceu na sexta-feira (26), em que a frota foi retirada das ruas das 7h até o início da tarde, os coletivos deverão rodar durante todo o dia. Uma reunião entre empresários e rodoviários e que será mediada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) amanhã (30), em horário e local que não foram divulgados até o fechamento desta edição, pode encerrar o desentendimento entre as partes ou decretar greve dos motoristas, cobradores e fiscais por tempo indeterminado.
Os ânimos entre donos de empresas e trabalhadores começaram a se acirrar desde o início do mês passado, quando deveria começar - de acordo com os rodoviários - a discussão acerca da data-base (ou seja, sobre o quanto será repassado de aumento aos motoristas, cobradores e fiscais com base na inflação do período). Enquanto os rodoviários pediram reajuste salarial de 12%, aumento do ticket alimentação para 650 reais, manutenção dos benefícios, como planos de saúde e odontológico, os empresários repassaram uma contrapartida com congelamento de salários (sem reajuste); congelamento no valor do ticket-alimentação (sem novo reajuste), além da participação da categoria no pagamento de 50% do plano de saúde e extinção do plano odontológico.
Os empresários teriam sugerido, de acordo com os rodoviários, o fim da função de cobrador. Esta informação foi negada pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de São Luís (SET). De acordo com a entidade, foi oferecido um reaproveitamento dos cobradores que, através de cursos de capacitação, seriam retirados de suas funções atuais para serem realocados para outros cargos.
Sem concordar com as propostas do SET, o Sttrema decidiu iniciar uma paralisação de advertência na sexta-feira (26). No dia de deflagração do movimento, o Tribunal Regional do Trabalho (TRT) - suscitado pela Prefeitura de São Luís - determinou (por decisão da desembargadora Ilka Esdra Silva Araújo) aplicação de multa no valor de R$ 150 mil a ser paga pelo Sindicato dos Rodoviários por dia de greve.
Segundo a magistrada, “embora a greve seja o instrumento legítimo assegurado aos trabalhadores na busca por melhores condições de trabalho, esse direito, quando exercido em desacordo com as necessidades inadiáveis da comunidade, exige por parte do Poder Judiciário medidas necessárias ao restabelecimento da ordem jurídica”. De acordo com ela, não deve haver, caso a greve seja mantida amanhã (30) coação ou impedimento dos profissionais que queiram trabalhar no sistema de transporte coletivo.
A Prefeitura de São Luís - por meio da Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte (SMTT) não emitiu parecer. De acordo com o TRT, o Município requeria aplicação de multa no valor de R$ 300 mil ao sindicato.
Passagens
Com a possibilidade de nova greve dos trabalhadores, especula-se reajuste das tarifas do transporte coletivo. A última mudança tarifária aconteceu em janeiro deste ano. À época, a passagem – que custava R$ 2,20 no nível I passou para R$ 2,70. Do nível II, de R$ 2,50 para R$ 2,70. E do nível IV, de R$ 2,90 para R$ 3,10.
Para justificar o aumento, na ocasião, a SMTT informou “que o reajuste tarifário atenderia às regras do contrato de concessão do serviço”. A pasta lembrou ainda que “o último reajuste concedido às empresas que operam o sistema de transporte público da capital maranhense tinha ocorrido em março de 2016”. l
Reajustes
Janeiro de 2018 (reajuste)
De R$ 2,20 – para R$ 2,70
De R$ 2,50 – para R$ 2,70
De R$ 2,90 – para R$ 3,10
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Fonte: Prefeitura de São Luís
Rodoviários
Reajuste salarial de 12%
Aumento do ticket alimentação para 650 reais;
Manutenção dos demais benefícios, como planos de saúde e odontológico
Permanência da função de cobrador
Empresários
Congelamento de salários (sem novo reajuste)
Congelamento no valor do ticket alimentação (sem novo reajuste);
Participação da categoria no pagamento de 50% do plano de saúde;
Extinção do plano odontológico
Terceirização do pessoal da manutenção e do administrativo
Extinguir a função de cobrador
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