Preconceito

Trump não queria cegos em seu prédio, diz ex-funcionária

Relato diz que presidente irritou-se com braile na Trump Tower; ele teria dito que nenhum deficiente visual seria usuário do prédio

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29
Vista da fachada da Trump Tower na Quinta Avenida em Manhattan, na cidade de New York (Trump Tower)

NOVA YORK — O presidente dos EUA, Donald Trump, ordenou que um arquiteto de seu milionário prédio em Manhattan, a Trump Tower, não incluísse placas e inscrições em braile na construção, supostamente dizendo que "nenhuma pessoa cega iria morar ali" — de acordo com um relato publicado pelo tabloide 'New York Daily News'.

Segundo a publicação, Trump recebeu o arquiteto no seu escritório para avaliar projetos dos interiores de cada elevador no prédio. Vendo que os botões também tinham inscrições em braile, o presidente pediu que elas fossem retiradas. Quando alertado que isso iria contra a lei americana, que obriga o uso do braile nesse tipo de situação, Trump teria respondido, então, que nenhum deficiente visual seria usuário do prédio.

O texto é de autoria de Barbara Res, uma executiva que conduziu obras para as Organizações Trump. Segundo seu relato, quando Trump ouviu do arquiteto que a retirada do braile implicaria uma infração, ele gritou: "Mas é o que eu quero!"

Segundo Barbara, Trump gostava de "pegar no pé" desse arquiteto em especial, considerando "arquitetos e engenheiros mais fracos do que os operários de construção". Trump, no entanto, jamais esperaria que o arquiteto realmente retirasse as inscrições em braile dos elevadores, e tomou a atitude apenas para mostrar autoridade com os empregados, segundo a opinião de Res.

"Eu tinha visto ele fazendo esse tipo de coisa antes, e também veria depois. Ele podia dizer qualquer coisa que viesse na cabeça. Ordenar que subalternos fizessem coisas impossíveis dava a Trump a oportunidade de castigar esse empregado, além de culpá-lo por qualquer coisa que tivesse 'dado errado'. Uma vitória ao estilo de Trump. Trump fez isso com ideias ultrajantes ou idiotas, legais e ilegais. Às vezes essas linhas eram tênues", disse Res no artigo.

Mais

Revelações parecidas de abusos de poder foram feitas recentemente sobre o governo Trump no livro do jornalista Bob Woodward, "Medo: Trump na Casa Branca", lançado na última terça-feira,11. Fire and Fury" (Fogo e fúria), do escritor Michael Wolff, e "Unhinged" (Indomável), da ex-assessora da Casa Branca Omarosa Manigault Newman, também relataram, nos meses anteriores, as hostilidades e discussões descritas por Woodward.

Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.