COLUNA

Autoenganação

Atualizada em 11/10/2022 às 12h29

O grupo do governador Flávio Dino (PCdoB) aproveitou-se do fim de semana para soltar mais duas pesquisas que forçam uma barra pela reeleição do comunista em primeiro turno. Já multado por vários delitos eleitorais na mídia, Dino insiste em utilizar-se dessas pesquisas para criar um ambiente a seu favor.
É uma espécie de autoenganação. Dino sabe que os números divulgados incompletos - curiosamente diante do TRE e da Procuradoria-Regional Eleitoral - apenas fantasiam sua própria situação, que, aliás, pode ser vista nas ruas de cidades como Rosário e Dom Pedro, como ocorreu no fim de semana.
As pesquisas estão incompletas porque não trazem os dados sobre votos nulos, em branco e eleitores indecisos. E esses dados somem para que os índices de Dino subam às alturas. Mas os próprios institutos se denunciam quando põem os números nominais. Nesse caso, Dino varia abaixo da linha de corte para a vitória em primeiro turno. Ou seja, as pesquisas contratadas pelo comunista tentam criar um ambiente que não existe na campanha, o de vitória em primeiro turno.
Mas o governador quer forçar isso porque sabe que as coisas ficam mais difíceis para ele no segundo turno, caso tenha que enfrentar um adversário num tête-à-tête. E pelo temor que ele tem disso, já se vê os riscos que ele corre.

Novo Ibope
A próxima pesquisa do Ibope, que serve de referência para todos os grupos políticos - mesmo os que não gostam do instituto -, deve ser divulgada por volta do dia 15 de setembro.
Mas uma outra pesquisa, esta do Instituto Escutec, deve sair nos próximos dias.
Os dois costumam pôr ordem na confusão que os institutos pagos pelo Palácio dos Leões fazem.

Constrangimento
A manifestação dos moradores de Dom Pedro durante a passagem de Flávio Dino foi um dos maiores constrangimentos desta campanha.
Com dedo em riste, um vereador do próprio PCdoB cedeu à pressão popular e partiu para cima do comunista.
E a mesma cobrança tem-se repetido em diversos municípios.

Fora do ar
A candidata do PSL ao governo, Maura Jorge, já teve um dos seus programas suspensos no horário eleitoral.
Não ficaram claros os motivos que levaram a essa suspensão, que começou na sexta-feira e se repetiu no horário eleitoral de ontem.
Mas a guerra de liminares na Justiça Eleitoral para tirar programas de adversários do ar tem sido um dos pontos mais duros desta campanha.

É pá-pum!
O PSTU tem utilizado um cronômetro para chamar atenção para o pouco tempo de que dispõe no horário eleitoral.
Sem imagens dos seus candidatos o programa apenas põe a inscrição “Temos pouco tempo”, ao lado dos míseros segundos que vão passando.
O recurso tem sido usado tanto no programa de senador quanto no de governador da legenda.

Ao lado dela
Tem repercutido negativamente o programa da candidata Eliziane Gama (PPS) que protesta contra “homens brancos e de elite” na disputa pelo Senado.
O problema é que a Eliziane que faz o protesto é a mesma que faz campanha ao lado de um homem branco e de elite, no caso o governador Flávio Dino.
Criado com acesso direto ao Palácio dos Leões e com condições para morar e estudar fora, Flávio Dino é o modelo mais acabado do “homem branco de elite” que Eliziane critica.

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Terceira via
O senador Roberto Rocha (PSDB) tem aproveitado os primeiros programas eleitorais para tentar se impor como terceira via na disputa.
Com um discurso eminentemente técnico, ele tenta se diferenciar dos adversários.
É mais uma tentativa de quebrar a polarização na disputa pelo governo.

DE OLHO
R$ 1 mil Por dia é o valor da multa, caso Flávio Dino insista em manter imagem institucional em sua propaganda, o que ele parece estar preferindo pagar para ver

E MAIS

• Agora proibido pela Justiça de usar imagens de Lula como candidato, o PT terá que refazer a estratégia para garantir transferência de votos a Fernando Haddad.

• Nenhum dos candidatos a presidente tem agenda no Maranhão, pelo menos nesta primeira quinzena de setembro.

• E a farra de asfaltamento em bairros e povoados, de São Luís e do interior, continua sob às vistas dos órgãos de controle.

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