SÃO LUÍS - Já está em Pedrinhas, acusado de crime de agiotagem, José Raimundo Sales Chaves Júnior, o Júnior Bolinha, um dos acusados do assassinato do jornalista e blogueiro Décio Sá. Ele foi preso ontem pela Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic), em sua residência no bairro Araçagi, na cidade de São José de Ribamar, em cumprimento de uma a ordem judicial. Bolinha foi preso em 2012, acusado de ser um dos mandantes da morte de Décio Sá, mas foi solto no dia 14 de dezembro do ano passado após determinação do Tribunal de Justiça.
O delegado Gil Gonçalves, chefe do Departamento de Combate ao Crime Organizado (DCCO), órgão ligado a Seic, informou que Júnior Bolinha emprestou a quantia de R$ 100 mil a um empresário da cidade de Olho d’Água das Cunhãs, em 2012, antes de ser preso no Caso Décio Sá, cobrando juros muito alto.
No decorrer dos últimos anos, o empresário chegou a pagar uma parte da dívida, mas, segundo o delegado, mês passado, Júnior Bolinha, em companhia de outros homens, foram até o Olho d’Água das Cunhãs e, armado, ameaçou de morte o empresário e levaram a sua caminhonete.
A polícia foi informada do fato e solicitou ao Poder Judiciário a sua prisão, que foi cumprida. Bolinha conduzido para a sede da Seic, no Bairro de Fátima, onde foi ouvido. Ele disse que essa dívida foi repassada para o advogado que fez a sua defesa no caso da morte de Décio Sá.
Ele declarou, ainda, que os homens armados foram até a residência do empresário por ordem desse advogado. A polícia até a tarde de ontem continuava trabalhando com vistas a apreender a caminhonete. “Bolinha falou que foi até o interior apenas para levar os homens até a casa do empresário”, informou o delegado.
Caso Décio
Décio Sá, que era blogueiro e repórter de Política de O Estado, foi morto com seis tiros de pistola ponto 40 em um bar, na avenida Litorânea, na noite do dia 23 de abril de 2012. A polícia informou que esse crime foi motivado por denúncias de casos de agiotagem no Maranhão, feitas pelo jornalista em seu blog.
As investigações apontaram que os envolvidos no assassinato faziam parte de uma quadrilha de agiotas, que emprestava dinheiro para financiar campanhas de candidatos a prefeito que pagavam a dívida com dinheiro público após venceram as eleições. A morte do jornalista levou as investigações da Polícia Civil do Maranhão e da Polícia Federal, a encontrarem ligação com esses agiotas de pelo menos 41 Prefeituras maranhenses, no período de 2009 a 2012, com desvio de cerca de R$ 100 milhões de recursos estaduais e federais desviados.
O inquérito policial indiciou 12 pessoas como envolvidos na morte do jornalista, Gláucio Alencar Pontes Carvalho, José de Alencar Miranda, Ronaldo Ribeiro, Alcides Nunes da Silva, Joel Durans Medeiros, Júnior Bolinha, Fábio “Capita”, Fábio Aurélio o Buchecha, Jhonatan de Souza Silva, Marcos Bruno de Oliveira, o Amaral, Shirliano Graciano de Oliveira, o Balão, Elker Farias Veloso, Jhonatan de Sousa Silva e Marcos Bruno Silva de Oliveira.
Destes, apenas Jhonatan Silva e Bruno de Oliveira foram julgados e condenados. José Miranda e Gláucio Alencar estão cumprindo prisão domiciliar, e Júnior Bolinha foi solto. Os outros foram impronunciados do processo.
Reintegração
Ainda ontem, a assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça informou que na sessão do Pleno acabou decidindo pela reintegração ao cargo de delegado da Polícia Civil do Maranhão, Sérgio Luís Rêgo Damasceno. Ele tinha sido exonerado dessa função pelo governo do estado por ato de improbidade administrativa em maio do ano passado. A decisão foi publicada no Diário Oficial do estado após o julgamento de um processo administrativo aberto pela Secretaria de Segurança Pública (SSP). O Estado entrou em contato com assessoria de comunicação da SSP para saber mais informações sobre o caso, mas até o fechamento desta edição não obteve resposta.
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