Após defender pela manhã que o senador Aécio Neves (PSDB-MG) não seja candidato nas eleições de outubro, o ex-governador de São Paulo e pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, Geraldo Alckmin, evitou na tarde desta quarta-feira, 18, fazer uma defesa mais enfática à saída do mineiro do quadro eleitoral.
Em entrevista coletiva após evento com investidores promovido pelo Banco Santander, na capital paulista, Alckmin procurou dissociar a imagem de Aécio da imagem do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso em Curitiba.
"Ele Aécio tomou a iniciativa de se afastar da direção partidária e vai se dedicar à sua defesa", disse o ex-governador, que preside o PSDB. "O Aécio não tem nenhuma condenação. O Lula tem duas condenações e é o imperador do PT. Nós somos bem diferentes", declarou o tucano. Alckmin respondeu, no entanto, que não retirava sua declaração dada mais cedo à Rádio Bandeirantes, quando falou ser ideal que Aécio não seja candidato.
Como mostrou o Broadcast Político, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, a declaração de Alckmin havia causado desconforto entre aliados de Aécio no PSDB e ameaçava criar uma crise no partido.
Para Alckmin, Aécio tomou a "medida correta" ao se afastar da presidência do partido e agora deve "refletir" sobre seu futuro político. Ele voltou a dizer que a "a lei é para todos" e que toda decisão judicial deve ser respeitada, fazendo questão mais uma vez de se diferenciar do PT. "Partido político é uma estrutura grande. O que nos difere do PT é que o PT desacredita das instituições e quer estabelecer o descrédito das instituições, especialmente do Judiciário."
O cenário negativo para Aécio em Minas Gerais, disse Alckmin, não deve prejudicar o desempenho do partido naquele Estado, segundo maior colégio eleitoral do Pais, onde o senador Antonio Anastasia é o pré-candidato tucano. "Estou extremamente otimista, acho que nós vamos ter um grande desempenho em Minas Gerais", declarou o presidenciável, classificando Anastasia como um "grande gestor" que poderia resolver o quadro fiscal do Estado.
Como presidente do PSDB, Alckmin declarou que não é possível "se precipitar" sobre a situação de Aécio Neves ao ser questionado se, em caso de condenação, o senador seria afastado do partido. Perguntado se considerava correto o mineiro ter pedido R$ 2 milhões ao empresário Joesley Batista, da JBS, o presidenciável respondeu: "evidente que não", mas ponderou que é preciso aguardar para que Aécio se explique.
Na entrevista, Alckmin declarou ainda que em todos os partidos políticos "alguém pode cometer um erro" e deve responder por isso. O tucano foi questionado sobre a situação do ex-governador de Minas Eduardo Azeredo, que corre o risco de ser preso, e reiterou que é preciso respeitar a Justiça. "Há uma denúncia, o que se faz em um regime democrático? Se investiga, inocenta quem tem que ser inocentado e pune quem tem que ser punido", comentou
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