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Quarta morte por meningite aumenta preocupação com surto

Apesar de negar que haja descontrole da doença, Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que o caso mais recente passará por apuração mais específica; quarta vítima de meningite foi encaminhada ao IML no sábado

Thiago Bastos / O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h32
Após morte de uma das vítimas de meningite, escola foi inspecionada pela Vigilância Sanitária (meningite)

A quarta morte por meningite, sendo a última confirmada via relatório do Instituto Médico Legal (IML), aumenta a preocupação de autoridades e, em especial, da população, quanto a um possível surto da doença no estado. Apesar de negar que haja descontrole, até o momento, da enfermidade, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) deverá apurar de forma mais específica o caso.

Questionada por O Estado sobre o caso mais recente – de Moisés Oliveira Lima (de 24 anos), que faleceu no sábado, 31, por causa da doença -, até o fechamento desta edição a SES não prestou esclarecimentos. De acordo com informações do IML, o paciente estava com os sintomas (febre, dor de cabeça e rigidez na nuca) há alguns dias, no hospital Socorrão I. Na unidade, o paciente teria permanecido isolado. No entanto, não resistiu ao quadro grave da doença.

Apesar de o IML informar que o paciente esteve internado e isolado do Socorrão I, naquela unidade de saúde não há nenhum registro de internação de Moisés Oliveira Lima, na emergência ou em UTI.

Até o momento, a doença atingiu perfil de pessoas jovens e, aparentemente, sem histórico de outros casos graves de enfermidades. Outro fato que chama a atenção é que os pacientes apresentaram sintomas até então considerados inespecíficos para a doença e, em seguida, faleceram devido à meningite.

No dia 11 do mês passado, a vítima foi a jovem Taynara Sousa dos Santos, de apenas 16 anos. Ela faleceu na Unidade de Pronto Atendimento da Cidade Operária (UPA), em São Luís. A jovem era aluna da Escola Estadual Pedro Álvares Cabral, no Jardim América, e dois dias antes de falecer ainda mantinha suas atividades na unidade de ensino. Na ocasião, uma professora da jovem percebeu que a adolescente não estava bem. Segundo a direção da unidade de ensino, até então não havia sido registrado nenhum caso suspeito da doença, entre alunos e funcionários.

Após o falecimento, as dependências da escola foram inspecionadas, e as atividades suspensas por 48 horas. Outros dois casos de mortes por meningite foram registrados nos dias 27 de fevereiro e 3 de março deste ano. No segundo mês do ano, veio a falecer o estudante Lucas Gabriel, de 23 anos. Em seguida, foi a vez da jovem Deborah Sales, de apenas 17 anos.

Em nota, a SES confirmou as duas mortes, frisando que os pacientes “receberam atendimento na UPA do Vinhais e Unidade Mista do Bequimão”. Segundo a pasta estadual, após o atendimento inicial, ambos apresentaram melhora no quadro clínico e foram liberados, em seguida.

Ao retornarem para suas casas, os pacientes tiveram piora considerável de seus quadros e foram encaminhados para hospitais particulares da capital maranhense, onde houve a confirmação da meningite, em ambos os casos, com base nos critérios de “definição de casos suspeitos”.

SAIBA MAIS

No Brasil, a meningite registra apenas surtos esporádicos e pode ser diagnosticada de três formas (viral, bacteriana e por fungo). De acordo com especialistas, a doença causa a inflamação das meninges, que são as membranas que envolvem o cérebro.

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