Pedrinhas

Presidiários ordenam morte em unidades de Pedrinhas

Assassinato de Alan Kardec por Jhonathan Silva teria sido ordenado por pelos detentos Tobias e Chocolate do Bairro de Fátima, que pagaram R$ 2 mil pelo crime; família dia que não existia rixa entre a vítima e o criminoso

Ismael Araújo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h33
Jhonathan Silva teria recebido R$ 2 mil para matar Alan Kardec

SÃO LUÍS - Presidiários e “faccionados” são acusados de ordenar assassinatos no Complexo Penitenciário de Pedrinhas. O clima no presídio é cada dia mais tenso. A última vítima foi o ex-líder de uma facção criminosa da Ilha, Alan Kardec Dias Mota, de 31 anos. Segundo os seus familiares, os internos Tobias Pereira Oliveira, e o detento identificado como Chocolate do Bairro de Fátima, teriam pagado a quantia de R$ 2 mil para Jhonathan de Souza Silva, que é acusado de matar o jornalista Décio Sá, em abril de 2012, assassinar a golpes de faca no peito Alan Kardec no último dia 7 na Unidade Prisional de Ressocialização de São Luís 4 (UPSL4).

Alan Kardec que foi morto por Jhonathan Silva

A família ainda ontem procurou O Estado para afirmar que não existia nenhum tipo de rixa entre Jhonathan Silva e Alan Kardec, já que eram amigos de cela. Inclusive, a mãe da vítima, nome não revelado, na maioria das visitas, chegava a levar comida para Jhonathan Silva na cadeia.

Os familiares da vítima declararam, também, que Alan Kardec teria sido assassinado dentro do presídio por ordem de Tobias e Chocolate do Bairro de Fátima. Uma quantia de R$ 2 mil teria sido pago em valor fracionado para Jhonathan Silva. Ainda de acordo com os familiares, o irmão de Tobias, identificado como Rafael, teria trocado agressões físicas com Alan Kardec há mais de dois anos dentro de Pedrinhas e a vítima também tinha desavença com a mulher de Tobias.

Já Chocolate do Bairro de Fátima pertence a uma facção criminosa rival ao da vítima e também teriam rixas antigas. Após o assassinato, a namorada de Chocolate do Bairro de Fátima teria exposto em rede social que prefere levar sacola de comida na cadeia do que flores no cemitério. Ainda segundo os familiares de Alan Kardec, tiveram acesso as imagens do Complexo Penitenciário de Pedrinhas e não mostram em nenhum momento briga entre Jhonathan Silva e a vítima.

Outra versão

No dia do crime, a Secretária de Estado de Administração Penitenciária informou, por meio de nota, que durante o banho de sol, Jhonathan Silva se desentendeu com Alan Kardec e o feriu no peito com um pedaço de ferro. A vítima foi socorrida e levada para o Hospital Clementino Moura (Socorrão II), mas não resistiu.

Ainda nesse dia foi aberto o inquérito policial para investigar o caso. A morte do presidiário Alan Kardec está sendo investigada pela equipe do 12º Distrito Policial e da Superintendência Estadual de Homicídios e Proteção a Pessoas (SHPP). Jhonathan Silva foi condenado a 25 anos pelo assassinato do jornalista Décio Sá, ocorrido em abril de 2012, em um bar na avenida Litorânea.

Ficha criminal

“A polícia precisa analisar esse fato com mais precisão, pois, a vítima levou um golpe de forma inesperada e ainda há muitas lacunas abertas sobre esse crime”, declarou o delegado titular do 5º Distrito Policial, Walter Wanderley. Ele disse que ficou sabendo que Alan Kardec teria sido morto por ordem de presidiários por intermédio da família.

Os parentes da vítima vieram trazer à delegacia uma cópia do atestado de óbito de Alan Kardec para dá baixa nos processos criminais que responde nessa delegacia. O delegado afirmou que a vítima em curto período de seis meses era acusada de cometer três assassinatos e duas tentativas de homicídios e respondia, ainda, por formação de quadrilha ou bando armado.

No dia 10 de maio de 2012, ele teria matado a tiros Roniel das Chagas Cutrim, na Vila Bacanga; neste mesmo mês, também teria assassinado Marcos Adriano Melônio. No dia 5 de julho, ele foi acusado de matar Sérgio Henrique Pereira. O delegado disse que uma dupla tentativa de homicídio ocorreu no dia 19 de setembro de 2012, na área Itaqui-Bacanga, e as vítimas foram identificadas como Marcelo Barros Cangaço e José Raimundo Penha Martins.

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Frase

“A polícia precisa analisar esse fato com mais precisão, pois a vítima levou um golpe de forma inesperada e ainda há muitas lacunas abertas sobre esse assassinato”.

Walter Wanderley, delegado titular do 5º Distrito Policial

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