Extrema pobreza

Maranhão tem o maior percentual de pessoas pobres do Brasil, segundo estudo do IBGE

Estudo divulgado nesta sexta-feira mostra que 52,4% da população do estado vivia com renda domiciliar menor do que R$ 387 por mês em 2016

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34
Mulher catando lixo em um grande lixão localizado na cidade de São José de Ribamar (pobreza projeção)

SÃO LUÍS - SÃO LUÍS - No Brasil, 25,4% da população vivia em situação de pobreza em 2016, de acordo com o critério adotado pelo Banco Mundial, que considera pobre quem ganha menos do que US$ 5,5 por dia nos países em desenvolvimento. No ano passado - segundo informações que foram divulgadas nesta sexta-feira pelo IBGE na Síntese de Indicadores Sociais (SIS 2017) -, a renda domiciliar per capita no país foi menor do que R$ 387 por mês (valor correspondente aos critérios do Banco Mundial) para esta faixa da população. Com base nestes números, havia 52,2 milhões de brasileiros em situação de pobreza extrema e a maior proporção de pessoas nesta situação foi observada no Maranhão, com 52,4% da população local inserida neste contexto. O estado com melhor desempenho foi Santa Catarina (9,4% da população local).

Segundo o estudo, a situação é mais grave entre os 7,4 milhões de moradores de domicílios onde vivem mulheres pretas ou pardas sem cônjuge com filhos até 14 anos. Desses, 64,0% estavam abaixo dessa faixa de renda.

Além do parâmetro definido pelo Banco Mundial, o estudo mostra outras formas de mensuração da pobreza, uma vez que o Brasil não adota uma linha oficial. De acordo com o pesquisador do IBGE, Leonardo Athias, há uma série de aspectos que motivam a criação de linhas de pobreza, como para a implementação e o acompanhamento de políticas públicas.

“Não existe uma medida oficial no país. O que há são critérios adotados para objetivos diferentes, como programas de transferência de renda. O Brasil Sem Miséria, por exemplo, adota a linha de até R$ 85 mensais per capita (pobreza extrema) e R$ 170 mensais per capita (pobreza)”.

A SIS 2017 apresentou uma análise de pobreza multidimensional, que mede o acesso da população a bens e a serviços que estão relacionados aos direitos sociais. Do total da população, 64,9% tinham restrição de acesso a pelo menos um dos direitos analisados – à educação, à proteção social, à moradia adequada, aos serviços de saneamento básico e à internet.

Maranhão em baixa nos empregos formais

O IBGE divulgou também que em 2016 cerca de 25,8% dos jovens de 16 e 29 anos não estavam ocupados nem estudavam no país. Neste estudo, um dado que chamou atenção sobre o Maranhão foi que no estado apenas 30,1% dos jovens trabalhadores tinha empregos formais, a porcentagem mais baixa do país, que tem como líder mais uma vez Santa Catarina, onde 77,1% dos jovens ocupados tinham trabalhos formais.

Houve redução nas jornadas de trabalho excessivas (mais de 49h semanais) entre os jovens ocupados, de 12,4% (2012) para 8,2% (2016) em todo o Brasil. Em 2016, 50,7% desse grupo trabalhava de 40 a 44 horas semanais e 29,8% trabalhavam até 39 horas.

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