Tudo em casa

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34

A Operação Pegadores, da Polícia Federal, revelou uma estranha proximidade dos gabinetes e pessoas muito próximas do governador Flávio Dino com os malfeitos descobertos na Secretaria de Saúde. Seu principal auxiliar, presidente do seu partido, amigo de longas datas e lugar-tenente de suas ações políticas e pessoais, jornalista Márcio Jerry, aparece como vínculo direto de pelo menos dois personagens da trama.
A enfermeira Keilane Silva, tida como amiga de Márcio Jerry, motivo pelo qual recebeu contracheque de R$ 13 mil em Imperatriz, foi o pivô da investigação. Ainda em 2015, surgiu a notícia de que a amiga de Jerry recebia um alto salário como enfermeira em Imperatriz apenas pelo fato de ter relação com o secretário.
Foi a partir dela que a Polícia Federal decidiu investigar o esquema.
Mas o supersecretário de Flávio Dino tem gente ainda mais próxima envolvida no esquema. Sua cunhada, Jane Rodrigues, teve R$ 50 mil bloqueados pela Justiça Federal e é apontada como uma das cabeças da lista de funcionários fantasmas da SES. Casada com um dos irmãos de Jerry, Jane se aproxima do gabinete de Flávio Dino por meio do cunhado, principal auxiliar do governador.
A trama descoberta pela Polícia Federal bota, portanto, o esquema da Operação Pegadores no principal gabinete do Palácio dos Leões, por intermédio de Márcio Jerry, o homem de confiança do comunista.

Corrupção
Eleito em 2014 com o discurso da mudança de paradigmas no Maranhão, o governador Flávio Dino chega ao fim do seu terceiro ano de mandato com intensas manchas de corrupção.
Desde o primeiro ano de seu mandato, os malfeitos rondam seu governo, envolvendo gente muito próxima.
Foi assim em 2015, em 2016 e agora, em 2017.

Em aberto
A corrupção no governo Flávio Dino deixa a eleição maranhense totalmente em aberto.
Sem ter como explicar ao eleitor que comanda um governo que coleciona denúncias em diferentes níveis, a tendência é que a campanha de Dino se desidrate até outubro do ano que vem.
A menos que ele se utilize de mais corrupção para abafar os casos que marcam o seu governo.

Clima tenso
O encontro organizado pelo deputado federal Weverton Rocha (PDT) ontem, em Timon, foi marcado pelo desânimo.
A prisão da ex-secretária Rosângela Curado, que seria uma das protagonistas do evento, deixou os aliados do parlamentar preocupados.
Curado é uma das mais próximas pedetistas a Weverton Rocha.

Delação
Familiares de Rosângela Curado defendem que ela faça um acordo de delação premiada para escapar das penas da Justiça.
Para eles, a carreira política da enfermeira que chegou a ser cotada para a Prefeitura de Imperatriz chegou ao fim.
Eles entendem que o melhor a fazer é entregar tudo para poder viver sua vida ao lado dos filhos.


Agressões
Os insultos do secretário Márcio Jerry e do próprio governador Flávio Dino à Polícia Federal têm ganhado eco em Brasília.
Ao pagar colunistas federais conhecidos para ecoar suas agressões, o comunista acaba por criar problemas para ele próprio.
Tanto que Jerry já começou a negar que tenha posto qualquer dúvida na operação da Polícia Federal.

Preventiva
A Polícia Federal deve pedir hoje à Justiça a conversão em preventiva das prisões temporárias de alguns dos envolvidos na operação Pegadores.
Para a PF, alguns envolvidos, como a ex-secretária Rosângela Curado, podem destruir provas se ficarem soltos nos próximos dias.
A manutenção desse pessoal na cadeia garante tempo para reunir ainda mais provas da corrupção.

DE OLHO

R$ 1,2 milhão Foi o valor recebido do governo Flávio Dino por uma sorveteira, descoberta na operação Pegadores.

E MAIS

• Surgida para a Política como secretária de Saúde de Coelho Neto, a enfermeira Rosângela Curado tem hoje o seu nome como sinônimo de corrupção no estado.

• Documentos mostram que o caso de funcionários fantasmas no governo Flávio Dino não é privilégio da Secretaria de Saúde.

• Flávio Dino tenta criar uma agenda positiva com notícias sobre a Segurança Pública, mas o foco está na operação Pegadores, da SES.

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