Tensão

Prazo da Justiça acaba e comerciantes da praia do Araçagi temem derrubada de bares da orla

Trabalhadores alegam que têm projeto de infraestrutura e lamentam perda do sustento de suas famílias

Atualizada em 11/10/2022 às 12h34
Bares estariam de forma irregular na faixa de areia da praia, segundo o MPF (bares demolidos)

SÃO LUÍS – O clima de tensão segue entre os proprietários de bares que ficam na faixa de praia do Araçagi. É que nesta quinta-feira (9) encerra-se o prazo dado pela Justiça para a retirada das construções. Desesperados, os comerciantes tentam se manter no local, de onde é tirado o sustento de várias famílias. A retirada das estruturas foi um pedido do Ministério Público Federal (MPF), acatado pela 8ª vara federal do Maranhão.

Farailde Seba, presidente da Associação dos donos de Bares, fala sobre o drama e afirma que que a associação tentou de todas as formas uma solução, inclusive apresentando um projeto de urbanização custeado pelos próprios barraqueiros no qual os bares seriam instalados ao lado do calçadão, tal como ocorre na Avenida Litorânea.

“A gente esperava que no nosso governador Flávio Dino estivesse ao lado do povo trabalhador, assim como estiveram todos os outros governadores. Mas ele simplesmente virou as costas e agora mais de 2 mil pessoas que tiram seu sustento da praia estão ameaçadas. Fizemos nosso projeto respeitando o meio ambiente, consolidando este espaço de lazer que já é tradicional, mas não houve sensibilidade. Na praia tem pessoas que trabalham há mais de 30 anos e o que queremos é apenas o direito de continuar trabalhando honestamente”, desabafou a comerciante, que trabalha há 30 anos no local.

João é vendedor de ostras e tem seis filhos. Ele diz que já trabalha há mais de dez anos na Praia do Araçagi e que sustenta toda sua família com a renda do marisco. “É um trabalho pesado, mas é gratificante. Eu consigo sustentar minha família e garantir o estudo dos meus filhos para que um dia não precisem passar pela dura jornada que passo todo dia. Como vou fazer para sustentar as oito pessoas lá em casa?”.

O pedido para a retirada dos bares foi feito pelo pelo procurador Rodrigues Soares e foi acatado pelo juiz Ricardo Macieira, da 8ª Vara Federal do Maranhão.

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