Governo adiou por seis vezes a entrega da adutora do Italuís

A tão esperada obra da nova adutora do Sistema Italuís, que deverá elevar em 30% a capacidade de vazão de água até as residências de São Luís, já foi adiada pelo menos seis vezes nos últimos dois anos, pelo Governo do Estado. Levantamento feito por O Estado, com base nas notas e publicações do próprio governo em seus canais de comunicação, aponta que mudanças ocorreram “por razões técnicas”. De acordo com o último parecer estadual, a previsão é de que os trabalhos sejam finalizados até o fim deste ano.

Ainda de acordo com o governo, a estrutura da adutora estaria “em fase de testes” para ser entregue. O Estado esteve na tarde de ontem no fim dos serviços, na ponte içada no Estreito dos Mosquitos, na BR-135, e constatou que os trabalhos estão parados. Nenhum funcionário foi visto no local atuando na manutenção dos equipamentos.

Adiamentos
O primeiro adiamento da atual gestão do Governo do Estado aconteceu em agosto de 2015. À época, o então presidente da Companhia de Saneamento Ambiental (Caema), responsável pelas obras, Davi Telles, declarou - em reportagem publicada no dia 12 de agosto, às 16h19 - que a adutora seria entregue em dois meses. “Hoje vemos que a empresa contratada tem demonstrado celeridade grande nesses trabalhos, e nossa previsão é de fazer a entrega dessa nova adutora no mês de outubro”, disse o gestor, na ocasião.

Após o primeiro descumprimento, um novo prazo foi dado, em abril de 2016. De acordo com a Caema, em nota publicada na ocasião, os trabalhos seriam finalizados em julho daquele ano, o que não ocorreu. Um novo adiamento foi confirmado pela própria gestão estadual após visita de representantes da bancada federal maranhense ao local das obras. Segundo a direção do órgão, a previsão era de que os serviços seriam entregues em outubro daquele ano.

Em abril deste ano, houve nova mudança de data. Dessa vez, o anúncio ocorreu após mais um rompimento da tubulação da antiga adutora, que passa ao lado do trecho da BR-135, no Campo de Peris. Segundo a Caema, os serviços seriam entregues em junho. A justificativa, na oportunidade, foi que “houve uma demora na instalação da nova tubulação, que passa pela ponte do Estreito dos Mosquitos”. De acordo com o governo, a mudança exigiu “tempo extra para a conclusão dos trabalhos”.

Um novo adiamento ocorreu, em agosto. O governo, na ocasião, apresentou uma justificativa inédita ainda não usada nas outras mudanças de data. De acordo com a publicada pela Caema, “foram percebidos erros no projeto original”, que precisaram ser corrigidos. Ainda segundo o órgão e sem citar prazos, “houve ainda atrasos na liberação de aditivos”. Por fim, a Caema admitiu que as obras seriam novamente adiadas, para setembro.

Último prazo
Em nota encaminhada a O Estado na semana passada, a Caema informou que os serviços da adutora do Italuís seriam entregues “até o fim do ano”. O órgão não informou o porquê do novo adiamento.

Segundo o Governo, caso o prazo finalmente seja cumprido, até dezembro deste ano, haverá “um incremento de 500 mil litros por segundo no abastecimento de água da capital maranhense”. As obras estão orçadas em R$124.039.306,66 e representarão benefícios à população.

ÚLTIMA NOTA SOBRE AS OBRAS DA ADUTORA

O Italuís é de extrema importância para a melhoria do abastecimento da Capital. Com a conclusão das obras da nova adutora, a produção do Sistema será de 30% a mais de sua capacidade atual, ou seja, um incremento de 500 mil litros por segundo, representando benefícios expressivos no abastecimento de São Luís. A obra consiste na construção de adutora em aço carbono, com 19 km de extensão, e foi orçada em R$124.039.306,66. O projeto inicial, elaborado em 2012, passou por readequações. No momento, o sistema está em fase de testes para ser entregue à população até o final do ano.

Números

19 km é a extensão da nova adutora do Sistema Italuís
1.500 tubos de aço patinável
12 metros é o comprimento de cada tubo
1,40 metro é o diâmetro de cada tubo
R$ 124 milhões é o valor aproximado do investimento

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