O discurso e a prática

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35

Em novembro de 2014, logo após ser anunciado como secretário de Segurança pelo governador Flávio Dino (PCdoB), o delegado comunista Jefferson Portela criticou em entrevista o uso da pasta pelos seus antecessores de olho em eleições. E garantiu que não usaria o cargo para se projetar eleitoralmente.
Na mesma entrevista, ele também criticou a entrega de chaves de viaturas a prefeitos. E ainda questionou, com seu jeitão militar: “O prefeito vai ser o motorista da viatura?”
Mil dias se passaram e a prática de Jefferson Portela, hoje, nada tem a ver com o seu discurso de pré-posse. Basta fazer uma pequena pesquisa, mesmo superficial, nos buscadores de internet, para se comprovar que o mesmo Jefferson Portela crítico duro dos ex-secretários de Segurança aparece, todo serelepe, entregando chaves de viaturas alugadas pelo governo a alguns dos mesmos prefeitos que ele questionou se seriam motoristas desses veículos.
Além disso, o secretário de Segurança Pública está em plena campanha para deputado federal pelo PCdoB - situação que já até lhe pôs em rota de colisão com o todo-poderoso secretário Márcio Jerry.
Jefferson Portela é tão comunista quanto o governador Flávio Dino. E, como tal, também faz das suas nestes mil dias de governo.

Esgoto jorra
Repercutiu negativamente para o governo Flávio Dino a descoberta de que as estações de tratamento de esgoto em seu mandato funcionam inadequadamente em São Luís.
Em 2016, Dino garantiu que a estação do Vinhais funcionaria 100%; já agora, em junho, o presidente da Caema, Rogério Araújo, afirmou que a Câmara de Ozônio já estava em funcionamento.
A verdade, revelada pelos diretores da própria Caema, é que o esgoto continua contaminando manguezais, rios e praias, mesmo após todo o gasto comunista.

Fartura
Os escândalos no governo Flávio Dino se sucedem um atrás do outro, nestes mil dias de mandato.
Os micos da vez são o pagamento de uma assessora da Saúde que não pisa no trabalho, a farsa do tratamento de esgoto sem Câmara de Ozônio e a delegacia despejada em Peritoró.
Somados aos escândalos de 2005 e 2016, o repertório é farto em mil dias de comunismo maranhense.

Mil dias
O governo comunista de Flávio Dino passou exatamente mil dias para entregar um hospital que recebeu já com quase 70% das obras prontas.
Inaugurado somente na semana passada, o Hospital
Regional de Balsas poderia ser entregue já no primeiro ano do mandato de Dino.
Mas a morosidade dos comunistas maranhenses atrasou em quase três anos uma obra já em fase de finalização.

Sem comando
O vice-governador Carlos Brandão tentou usar o tempo de TV do PSDB para fazer apologia da relação com o governo Dino.
Vetado pela direção nacional, ele apenas repetiu a história de que o partido cresceu sob o seu comando, chegando a ter o segundo maior número de prefeitos.
Mas praticamente nenhum dos prefeitos eleitos pela legenda aceita seguir com Brandão outro rumo partidário.

Troca-troca
É mais tímida do que em anos anteriores a corrida de deputados e interessados em mandatos pelas agremiações partidárias.
Muita gente confunde a janela partidária de um ano antes da eleição com uma outra, que se abre em março, mas apenas para casos específicos.
E a expectativa pela Reforma Política que acabou não acontecendo também levou os partidos a ficarem em compasso de espera.

Complicações
O clima no PEN maranhense, após confirmação da filiação de Jair Bolsonaro (ex-PSC), é de insegurança.
Os líderes do partido no estado têm vínculo com o governo comunista, de quem Bolsonaro não quer nem ouvir falar.
Além disso, parlamentares como César Pires, Júnior Marreca e Marcial Lima não sabem exatamente o que fazer com a decantada candidatura do coronel Monteiro ao governo.

DE OLHO

R$ 300 mil foram gastos pelo Governo do Estado na construção da Delegacia de Peritoró, cuja obra nunca foi concluída, mesmo mil dias após assumir o mandato.

E MAIS

• O deputado federal Júnior Marreca negou ontem que estivesse pensando em deixar o partido após a filiação do colega Jair Bolsonaro.

• A descoberta de que a Câmara de Ozônio da ETE Vinhais não funciona precisa ser esclarecida pelo Ministério Público maranhense, responsável por fiscalizações desse tipo.

• Os vereadores Osmar Filho (PDT) e Astro de Ogum (PR) estão em rota de colisão por causa da possibilidade de reeleição dos atuais membros da Câmara Municipal.

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