ANCARA - O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, ameaçou intervir militarmente no Curdistão iraquiano, em resposta ao referendo independentista que aconteceu ontem na região autônoma, com o argumento de que todas as opções são válidas para evitar que um "Estado terrorista" se estabeleça.
"Como já disse antes, poderíamos chegar, de repente, durante à noite. Fizemos a Operação Escudo do Eufrates (na Síria). Com certeza não permitiremos que se estabeleçam ali (no Iraque), como na Síria, um ou vários Estados terroristas", advertiu o chefe do Estado em discurso em Istambul, transmitido pela rede de TV "NTV".
Segundo ele, da mesma forma que o Exército turco "limpou" a presença do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) em 2 mil quilômetros quadrados de território sírio na fronteira com a Turquia, poderia fazer uma operação semelhante no Iraque. "Se for preciso, vamos dar passos similares no Iraque", afirmou.
Opções
De acordo com Erdogan, todas as opções políticas e diplomáticas estão em jogo para impedir que assuntos do Iraque e da Síria se transformem em ameaças para o seu país. Ele exigiu mais uma vez como "condição" que as autoridades do Curdistão iraquiano "retrocedam" no processo de independência iniciado com o referendo, porque "o que não pode ser, não pode ser".
Erdogan anunciou também que a Turquia fechará a fronteira terrestre com o Curdistão iraquiano e ameaçou suspender as exportações curdas de petróleo. O Curdistão iraquiano exporta petróleo para a Europa através de um oleoduto que atravessa o território turco.
"Esta semana serão adotadas medidas. As entradas e saídas serão fechadas na fronteira", declarou Erdogan.
O presidente turco destacou que país "dará todos os passos políticos, comerciais, econômicos e de segurança" para impor sanções ao Curdistão iraquiano.
A Turquia manteve boas relações comerciais e políticas com o governo do Curdistão iraquiano, mas o Executivo em Ancara rechaçou categoricamente a realização do referendo, por considerar que isso trará mais tensão à região e que um Curdistão independente representa uma ameaça a sua própria segurança nacional.
O gabinete turco teme as consequências que a criação desse Estado curdo poderia ter entre essa minoria na Turquia, onde há mais de 30 anos opera o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), uma guerrilha que pede, além de uma nação curda, mais direitos culturais e sociais.
Saiba Mais
- Violência política não tem lugar nos EUA, diz Trump
- ETA formaliza dissolução e põe fim a atividades políticas
- Britânico é acusado de passar dados sobre príncipe George a terroristas
- Boko Haram adverte Donald Trump de que guerra apenas começou
- Estado Islâmico sequestra cerca de 42 mil civis na cidade síria de Minbej
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais Twitter, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.
+O Mundo