Ação

Turquia ameaça invadir Curdistão iraquiano para combater terrorismo

Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ameaçou intervir militarmente no Curdistão iraquiano, em resposta ao referendo independentista que aconteceu ontem na região autônoma

Atualizada em 11/10/2022 às 12h35

ANCARA - O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, ameaçou intervir militarmente no Curdistão iraquiano, em resposta ao referendo independentista que aconteceu ontem na região autônoma, com o argumento de que todas as opções são válidas para evitar que um "Estado terrorista" se estabeleça.

"Como já disse antes, poderíamos chegar, de repente, durante à noite. Fizemos a Operação Escudo do Eufrates (na Síria). Com certeza não permitiremos que se estabeleçam ali (no Iraque), como na Síria, um ou vários Estados terroristas", advertiu o chefe do Estado em discurso em Istambul, transmitido pela rede de TV "NTV".

Segundo ele, da mesma forma que o Exército turco "limpou" a presença do grupo jihadista Estado Islâmico (EI) em 2 mil quilômetros quadrados de território sírio na fronteira com a Turquia, poderia fazer uma operação semelhante no Iraque. "Se for preciso, vamos dar passos similares no Iraque", afirmou.

Opções

De acordo com Erdogan, todas as opções políticas e diplomáticas estão em jogo para impedir que assuntos do Iraque e da Síria se transformem em ameaças para o seu país. Ele exigiu mais uma vez como "condição" que as autoridades do Curdistão iraquiano "retrocedam" no processo de independência iniciado com o referendo, porque "o que não pode ser, não pode ser".

Erdogan anunciou também que a Turquia fechará a fronteira terrestre com o Curdistão iraquiano e ameaçou suspender as exportações curdas de petróleo. O Curdistão iraquiano exporta petróleo para a Europa através de um oleoduto que atravessa o território turco.

"Esta semana serão adotadas medidas. As entradas e saídas serão fechadas na fronteira", declarou Erdogan.

O presidente turco destacou que país "dará todos os passos políticos, comerciais, econômicos e de segurança" para impor sanções ao Curdistão iraquiano.

A Turquia manteve boas relações comerciais e políticas com o governo do Curdistão iraquiano, mas o Executivo em Ancara rechaçou categoricamente a realização do referendo, por considerar que isso trará mais tensão à região e que um Curdistão independente representa uma ameaça a sua própria segurança nacional.

O gabinete turco teme as consequências que a criação desse Estado curdo poderia ter entre essa minoria na Turquia, onde há mais de 30 anos opera o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), uma guerrilha que pede, além de uma nação curda, mais direitos culturais e sociais.

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