Investigação

Preso pela PF no RJ fechou contratos no Maranhão

Marco Antônio de Luca fechava contratos da empresa Masan após pagar propinas ao Executivo do RJ; no Maranhão a empresa já faturou mais de R$ 100 milhões

Atualizada em 11/10/2022 às 12h38
Marco Antônio de Luca foi preso pela PF no Rio de Janeiro (Marco Antônio de Luca)

RIO DE JANEIRO - A Polícia Federal (PF) prendeu ontem no Rio de Janeiro, no bojo da Operação “Ratatouille”, o empresário Marco Antônio de Luca, que fechava contratos da empresa de alimentos Masan Comercial Distribuidora Ltda junto ao Governo daquele estado por meio de pagamento de propina.

A empresa mantém contratos com a atual gestão do Governo do Maranhão.

No Maranhão, a Masan presta serviços para a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap), Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) e para o Instituto de Educação Ciência e Tecnologia do Maranhão (IEMA).

Dados do Portal da Transparência mostram que desde o início da gestão do governador Flávio Dino (PCdoB), no ano de 2015, já foram pagos à empresa o equivalente a R$ 113.043.330,13 milhões.

Somente este ano, a empresa recebeu o montante de R$ 520.964,80, em contrato com o Iema; R$ 165.594,94 da SSP e R$ 17.200.610,30 da Seap e da SSP, em outros dois contratos distintos, como aponta o Portal da Transparência.

Prisão – A prisão do empresário Marco Antônio ocorreu na manhã de ontem na Avenida Vieira Souto, em Ipanema, no Rio de Janeiro.

A PF identificou faturamento de cerca de R$ 7 bilhões da empresa Masan e Milano – que também pertence ao empreendedor -, junto ao Governo do Rio de Janeiro, entre os anos de 2011 e 2017.

Dados do Portal da Transparência do Estado do Rio de Janeiro apontam que a Masan recebeu o total de R$ 5.425.992.909,81 durante o período. Já a Milano recebeu R$ 1.604.929.918,20.

Para conseguir os contratos no Rio, Marco de Luca pagou pelo menos R$ 12,5 milhões em propina para a organização criminosa liderada pelo ex-governador Sérgio Cabral (PMDB), segundo os investigadores da PF.

A polícia apontou investigação em contratos de alimentação hospitalar, escolar e de presídios. O empresário foi indiciado por corrupção ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Após a operação, a assessoria das empesas Masan e Milano informou por meio de nota à imprensa, que Marco Antônio de Luca não faz parte da Masan desde agosto de 2015. A PF, contudo, informou que era ele quem negociava os contratos com o Governo do RJ.

O empresário negociava valores e fazia o pagamento da propina no esquema investigado pela PF.

A operação que resultou na prisão do empresário foi realizada em conjunto com o Ministério Público Federal e a Receita Federal e teve a participação de 40 policiais federais.

Outro Lado

A Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) esclarece que:

1. A licitação da qual saiu vencedora a empresa Masan Comercial Distribuidora Ltda foi realizada na gestão passada.
2. Quando da adesão da Secretaria de Administração Penitenciária à ata da Comissão Central de Licitação, a atual gestão obteve do preço executado de R$ 25 para R$ 22.
3. A Seap informa também que empresa foi multada duas vezes por descumprir o contrato pelo fato de não atender às normas nutricionais exigidas. A primeira multa, aplicada em março de 2016, foi no valor de R$ 79.311,69. A segunda penalidade ocorreu em janeiro de 2017, com a cobrança de R$ 250.270,52.

Saiba Mais

Valores pagos pelo Governo do Estado à empresa Masan em 2017

- R$ 520.964,80 do Iema

- R$ 165.594,94 da SSP

- R$ 17.200.610,30 da Seap e da SSP

*Dados do Portal da Transparência do Governo do Maranhão

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