ACRE - A dificuldade para monitorar as populações do mosquito Aedes aegypti tem sido um obstáculo para o combate eficaz a doenças como zika, dengue e chikungunya. Em Rio Branco, capital do Acre, um novo projeto, ainda em fase experimental, tentará superar o problema contando com a ajuda da população, aliada a uma tecnologia de baixo custo.
Lançado pela Organização Não Governamental (ONG) WWF-Brasil, o projeto piloto começou a ser implantado há uma semana, de acordo com Marcelo Oliveira, especialista em conservação do Programa Amazônia, da ONG. A ferramenta, de acordo com Oliveira, possibilitará a comparação da presença dos mosquitos em diferentes localidades e a dinâmica populacional nos locais onde for instalada.
"Os resultados da análise desses dados poderão ser usados no planejamento de operações da vigilância e do controle do vetor", disse Oliveira à reportagem. O método baseia-se em armadilhas extremamente simples, construídas pelos próprios usuários com garrafas PET comuns. Nas garrafas, preenchidas com água, uma paleta de papel padronizada é parcialmente mergulhada, para reter os ovos depositados pelas fêmeas.
Depois de uma semana, os usuários utilizam um aplicativo batizado de Aetrapp para fotografar a paleta. Os dados são enviados pelo aplicativo a um servidor, que utiliza um algoritmo especialmente desenvolvido para contar os ovos.
Adaptação
"As armadilhas são uma adaptação das ovitrampas, que são utilizadas pelos agentes de saúde para o monitoramento dos ovos. Mas o problema é que apenas esses agentes são capazes de manipular os dispositivos, limitando muito o alcance do monitoramento", explicou.
Com a metodologia atual, segundo Oliveira, poucos bairros de Rio Branco têm sido monitorados a cada ano. A ideia é que o novo método, se funcionar, seja utilizado em todo o território nacional, após a validação da metodologia. "Já temos 47 armadilhas instaladas, e o projeto piloto prevê a instalação de 200, no total, em dez diferentes bairros de Rio Branco."
O número de ovos em cada amostra, assim como datas, horários e coordenadas geográficas do local, ficarão disponíveis em um mapa aberto para qualquer pessoa ter acesso, segundo Oliveira. "Assim, as comunidades e agentes públicos poderão visualizar os focos de transmissão, fazer comparativos de quantidades de mosquitos em diferentes localidades e analisar séries históricas "
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