Rodrigo Janot não dá prazos para processos resultantes de delações
Procurador-geral da República tem evitado perguntas sobre os depoimentos dos 77 executivos da Odebrecht, que podem resultar na maior lista de denúncias já apresentadas na operação Lava Jato
BRASÍLIA - Após presidir uma sessão do Conselho Superior do Ministério Público Federal, nesta segunda-feira (13), o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, evitou perguntas da imprensa sobre o envio dos pedidos de abertura de inquérito ao Supremo Tribunal Federal (STF), com base das delações de ex-executivos da Odebrecht. "Vamos trabalhar, trabalhar, trabalhar", disse Janot, sem dar prazos para a entrega dos pedidos.
A partir desta segunda-feira (13), Janot deve encaminhar ao STF cerca de 80 pedidos de abertura de inquérito para investigar políticos citados pelos delatores da Odebrecht. O material será encaminhado ao relator da Lava Jato no STF, ministro Edson Fachin.
O fim do sigilo das delações também deve ser solicitado por Janot. Fachin decidirá sobre o sigilo, se a investigação deve ser aberta ou arquivada, e se desmembra a apuração para outras instâncias. Não há prazo para a decisão de Fachin.
Esta será a segunda "lista de Janot", com dezenas de nomes de políticos acusados de corrupção por delatores. A primeira lista chegou ao STF em 6 de março de 2015, com base nas delações de Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e do doleiro Alberto Youssef, e resultou na abertura de 28 inquéritos no STF, dois no STJ e no arquivamento de outros sete. Desse total, cinco políticos viraram réus até agora. Nenhum foi condenado ainda.
Ao todo, 77 ex-executivos da Odebrecht fizeram delações premiadas e prestaram cerca de 950 depoimentos sobre a relação da empreiteira com os políticos. A expectativa é de que, ao todo, 200 políticos sejam citados nos depoimentos.
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