Amor ou ódio. Encanto ou rejeição. As reações a La La Land não abarcam meios termos. O filme com mais indicações ao Oscar 2017 – a cerimônia acontece neste domingo (26) – é mais uma daquelas produções que são adoradas e rejeitadas quase na mesma medida. Mas não é difícil entender porque isso acontece.
Talvez comece pelo gênero: os musicais não são exatamente uma unanimidade entre cinéfilos. Há quem se encante com as cenas cantadas, em que a música vale pelos diálogos, mas há também quem se sinta enfadado na sala do cinema com atores dançando e cantando na telona. A grande questão que envolve os musicais é o fato de não haver verossimilhança, por exemplo, em uma cena em que pessoas deixam seus carros, em pleno engarrafamento, para executar uma coreografia em cima de seus veículos. Não, isso não existe na vida real.
Mas os musicais não trabalham, de fato, com a realidade, mas com o sonho, o devaneio, a ilusão. E para quem tem dificuldade em mergulhar na fantasia – mesmo que na sala escura do cinema – será difícil mesmo se sentir contemplado por um filme que se baseia no onírico.
Só que La La Land não é apenas um musical com belas cenas coreografadas, uma linda trilha sonora – falaremos mais dela adiante –, uma aura dos anos 50 e um romance protagonizado por um dos casais queridinhos de Hollywood, Ryan Gosling e Emma Stone. O mais importante a se dizer sobre La La Land é que ele deixa claro o quanto é pesado sonhar, o quão difícil é realizar um sonho. Mesmo em meio àquela atmosfera mágica, o que sobra, no final das contas, é a sensação de que, por mais bonito e legítimo que seja um sonho, sempre existe um alto preço a pagar para que ele se torne realidade. Talvez esse tenha sido outro motivo para que muitos digam que o filme não é tudo isso que dizem por aí.
La La Land fala daquela Los Angeles que é alvo do desejo de aspirantes a estrelas de Hollywood, como Mia (Emma Stone), a garçonete que trabalha em meio aos grandes estúdios e vive fazendo testes para se tornar uma grande atriz. O sonho dela se cruza com o sonho de Sebastian, um pianista apaixonado por jazz, mas, que, por enquanto, só consegue tocar músicas natalinas em um restaurante. Mais do que ser bem sucedido, ele pretende não deixar o jazz morrer, pelo menos não no café que ele deseja abrir.
Mia e Sebastian são um casal de sonhadores, que, literalmente (ou quase), dança entre as estrelas quando está junto, mas que talvez não consiga lidar com as frustrações e as dificuldades reais de um relacionamento. Uma linda história de amor nem sempre é viável.
O romance e os sonhos de La La Land são embalados por uma trilha sonora irretocável, assinada por Justin Hurwitz. Vai ser difícil acreditar se o filme não ganhar, pelo menos, os prêmios dessa categoria, principalmente o de Melhor Canção Original para City of Stars. Em se tratando de um musical, não é de se admirar que o trabalho desenvolvido por Justin Hurwitz seja classificado como primoroso, mas, além da qualidade técnica, ele conseguiu deixar toda a atmosfera do filme nas músicas, tanto que ouvi-las é sentir tudo o que se sentiu durante o filme, mesmo sem ver as cenas.
Com 14 indicações em 13 categorias – duas em Melhor Canção Original - nesta edição do Oscar, La La Land é o grande favorito a ganhar a estatueta de Melhor Filme, e deve arrebatar outros prêmios, como Melhor Diretor, para Damien Chazellea, e Melhor Atriz, para Emma Stone. Amando ou odiando, não dá para questionar que La La Land é cinema da melhor qualidade!
LEIA TAMBÉM:
- Esnobado pelo Oscar, Capitão Fantástico propõe boas reflexões
Saiba Mais
Leia outras notícias em Imirante.com. Siga, também, o Imirante nas redes sociais X, Instagram, TikTok e canal no Whatsapp. Curta nossa página no Facebook e Youtube. Envie informações à Redação do Portal por meio do Whatsapp pelo telefone (98) 99209-2383.