Sebrae colabora com processo de metropolização de São Luís
Movimento envolve 13 municípios maranhenses e para a entidade, trará ganhos significativos aos pequenos negócios locais, por isso vem promovendo várias ações de apoio, com a difusão do conhecimento sobre o assunto

SÃO LUÍS - Assunto em voga nas últimas semanas, a Metropolização de São Luís, envolvendo 13 municípios, já movimenta o cenário político-econômico do território. Em consonância com os movimentos pró-metropolização, o Sebrae estadual – que já trabalha na Grande São Luís como um forte aliado do desenvolvimento, acredita que o processo trará ganhos significativos aos pequenos negócios locais e começa a se posicionar como um dos articuladores do mesmo.
Na última semana, por exemplo, a instituição levou a temática para a pauta da primeira reunião de 2017 do Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico e Social (Comdes) e convidou um dos especialistas em metropolização no Brasil, o economista, professor da PUC do Paraná e consultor do Sebrae-PR, Wilhelm Meiners, para ministrar palestra aos integrantes da instância deliberativa.
“Como membro do Comdes e apoiador do desenvolvimento econômico e sustentável do Maranhão, principalmente quanto ao fortalecimento dos pequenos negócios, o Sebrae quis dar a sua parcela de contribuição, somando ao processo uma de suas expertises: difusão de conhecimento. E foi justamente o que tivemos aqui na capital, com a palestra do professor Meiners que nos deu uma verdadeira aula sobre a integração da Grande São Luís e a formação de um polo econômico que trará uma nova dinâmica aos municípios envolvidos”, apontou o diretor superintendente do Sebrae no Maranhão, João Martins.
Empoderamento
Ao trabalhar com a visão de território na execução de seus projetos, o Sebrae vislumbrou, há alguns anos, o quanto o efetivo processo de metropolização da Grande São Luís colaboraria para o empoderamento do segmento, proporcionando mais trabalho, renda e melhores condições de vida aos donos de negócios locais. Nos municípios que integram a Ilha de São Luís – São Luís, Raposa, Paço do Lumiar e São José de Ribamar, por exemplo, a instituição atua por meio de uma unidade regional com projetos voltados ao encadeamento produtivo da Construção Civil, desenvolvimento da indústria da Panificação, Moda e Confecção, Serviços Turísticos, além de atendimentos a empreendedores urbanos e rurais.
“Pensamos no território como um todo, um espaço onde os empreendedores podem interagir uns com os outros, trocar experiências, ampliar seus nichos de mercado podendo ser, inclusive, fornecedores de serviços e produtos entre eles. Essa dinâmica econômica entre os municípios que formam a Grande São Luís já acontece com os clientes atendidos pelo Sebrae na região e vemos o quanto ela é salutar para a sustentabilidade dos pequenos negócios. Neste aspecto, caso o território se torne metrópole de fato, podemos potencializar esses ganhos e oportunizar mais benefícios ao segmento, por meio de políticas públicas eficazes”, acredita Martins.
Vantagens
O especialista convidado pelo Sebrae, destacou muitos conceito, critérios, vantagens e desvantagens das metrópoles, analisando o processo que está por acontecer para a formação da Região Metropolitana da Grande São Luís (RMGSL) com base em estatísticas econômicas e sociais dos 13 municípios que serão envolvidos – São Luís, São José de Ribamar, Raposa, Paço do Lumiar, Alcântara, Bacabeira, Rosário, Axixá, Santa Rita, Presidente Juscelino, Cachoeira Grande, Morros e Icatu.
“Por critérios semelhantes aos aplicados na definição de Região Metropolitana na década de 1970 pelo IBGE, os quatro municípios da Ilha de São Luís já estão em processo intenso de metropolização, formando um Núcleo Urbano Central. Já os municípios continentais, ainda que façam parte da área de influência e colar metropolitano de São Luis, terem uma relação histórica, econômica e de atendimento de serviços da capital, não se encontram n este processo: baixo crescimento demográfico, baixa densidade populacional, baixa diversidade econômica e predomínio rural, reduzida interdependência no mercado de trabalho e baixa integração com o núcleo metropolitano”, destacou Wilhelm Meiners.
Observatório
Quanto aos problemas que podem advir com o processo de metropolização, Meiners aponta a integração entre o munícipio polo e os vizinhos que se faz presente pela deficiência de transporte e habitação, favelização, expansão industrial, serviços sociais, abastecimento de água, gestão de resíduos (lixo, esgoto), controles ambientais, emprego, segurança e redes empresariais.
“Não se tem uma fórmula exata a seguir no processo de metropolização. Cada caso é um caso, mas as experiências de outras regiões metropolitanas podem servir de norte e ser um estímulo para quem está pleiteando entrar nesse processo”, apontou o especialista que é um dos 159 pesquisadores que integra o Observatório das Metrópoles, um instituto virtual que trabalha de maneira sistemática sobre 14 metrópoles brasileiras e uma aglomeração urbana.
Após a palestra para os conselheiros do Comdes, o especialista foi convidado pelo Sebrae para visitar o Instituto Maranhense de Estudos Socioeconômicos e Cartográficos (Imesc) onde foi proposto à presidência da autarquia, o economista Felipe de Holanda, a criação de um núcleo local do Observatório das Metrópoles, o que muito poderá ajudar no processo de metropolização da Grande São Luís.
“O Sebrae já se coloca à disposição para ser um dos articuladores na instituição do Observatório das metrópoles, até porque temos uma experiência nessa linha de estudos e pesquisas com o Observatório Sebrae, uma ferramenta virtual de inteligência de mercado que está à disposição dos empreendedores maranhenses”, finalizou o diretor superintendente, João Martins, já ventilando algumas tratativas junto ao Imesc por meio da Unidade de Políticas Públicas da instituição.
Mais
De acordo com o economista e professor da PUC-PR, Wilhelm Meiners, existem 70 regiões metropolitanas instituídas no Brasil, mas apenas 24 são vistas como metrópoles de fato, ou seja, cidades-regiões com mais de 1 milhão de habitantes, integradas e diversificadas, representando, em conjunto, em relação ao país 41,1% da população; 57,6% do PIB; 50,3% da Indústria; 64,1% dos Serviços (exceto administração pública); 59,2% do pessoal ocupado; 68,9% da massa salarial e 50,4% das empresas atuantes.
“Não se tem uma fórmula exata a seguir no processo de metropolização. Cada caso é um caso, mas as experiências de outras regiões metropolitanas podem servir de norte e ser um estímulo para quem está pleiteando entrar nesse processo”
Wilhelm Meiners, economista, professor da PUC do Paraná e consultor do Sebrae-PR
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