Com multa mais cara, uso de celular ao volante teve redução

SÃO LUÍS - Em 1997, quando entrou em vigor o Código Brasileiro de Trânsito (CTB), a maioria dos motoristas ainda não tinha o hábito de dirigir falando ao celular. Mesmo o ato sendo previsto no código, a infração de trânsito era considerada de natureza média, com multa de R$ 85,13 e perda de quatro pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH). A popularização do aparelho, aliada à punição branda, fizeram o número de ocorrências deste tipo aumentar. Com isso, a punição ficou mais rígida e, em 2016, caiu em 31,85% o número de multas do tipo em comparação a 2015, em São Luís, segundo estatísticas do Departamento Estadual de Trânsito do Maranhão (Detran).

Em 2015, mais de 6 mil condutores foram multados na capital por dirigirem usando o telefone celular. Em 2016, esse número não chegou a 4,5 mil, embora esta ainda seja uma das infrações mais cometidas pelos condutores que trafegam pelas ruas e avenidas da cidade.

E bastam cinco minutos no trânsito para flagrar motoristas com uma das mãos ao volante e a outra segurando o aparelho. Com o surgimento e popularização das redes sociais, o problema só piorou, pois, além de ligações, os condutores enviam mensagens de texto, áudio e acessam a internet ao mesmo tempo em que dirigem.

No Brasil, o código de trânsito proíbe o celular desde 1997, mas o uso continua. Entretanto, nos últimos anos os condutores de São Luís parecem mais conscientes já que a prática desta infração tem reduzido. Em 2016, caiu em 31,85% o número de multas do tipo em comparação a 2015, quando esta foi a quarta infração mais cometida, ficando atrás apenas do excesso de velocidade e ultrapassagem do sinal vermelho.

Multa
Em novembro do ano passado, a multa para quem usa o celular no trânsito ficou mais cara, passando de R$ 85,00 para R$ 293,47. A infração, que antes era considerada média, agora é gravíssima e o condutor ainda perde sete pontos na CNH.

Ainda para o celular, o texto da lei passou a citar que é infração segurar ou manusear o aparelho. Assim, o motorista que manda mensagens de texto ou fica vendo sites ou redes sociais também pode ser punido, mesmo quando estiver parado no semáforo.

Riscos
A obsessão por consultar redes sociais, escrever sms, distrair-se com aplicativos e acessar a internet pelo smartphone pode ser prejudicial e perigosa. Se feita ao dirigir, aumenta em duas vezes a chance de alguém se envolver em acidentes.

A distração faz as pessoas desviarem o olhar da estrada em média 23 segundos. Para um carro a 60 quilômetros por hora, isso representa 380 metros de percurso às cegas. Para um veículo a quilômetros por hora, são 640 metros sem visibilidade.

Situações como alcançar o telefone, ver o contato que está ligando ou tentar digitar um número elevam em três vezes a chance de um acidente, mais do que mandar mensagem, apesar de o tempo sem olhar para a estrada ser menor, pois nesse momento o motorista se desconcentra da atividade principal (dirigir) e se concentra no celular.

Ele leva três, quatro segundos para pegar o telefone. Está com a visão direcionada para o aparelho, a audição voltada para ele, assim como a atenção. Está fazendo uma direção de alto risco. É o que diz o Detran.

E o motorista continua sendo afetado mesmo após desligar o celular. Isso ocorre porque a atenção não se volta imediatamente para a estrada. A pessoa ainda vai ficar alguns segundos, talvez minutos, refletindo sobre o que ouviu. Ao direcionar a atenção seletiva para outro lugar, um telefonema ou uma mensagem, o cérebro entra em uma espécie de modo automático. É comum até não se lembrar de trechos da rua ou da estrada pelas quais percorreu.

Números
6.601 multas foram aplicadas por dirigir veículo utilizando-se de telefone celular em São Luís, em 2015
4.498 multas foram aplicadas por dirigir veículo utilizando-se de telefone celular em São Luís, em 2016

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