Caso Funac

Imóvel alugado de comunista Já foi casa de eventos e fábrica de roupas

Imóvel de comunista alugado pelo governo do PCdoB mantém, até hoje, placa em sua fachada dando conta de sua utilidade; local foi ocupado quarta-feira por internos da Funac

Marco Aurélio D''Eça - Editor de Política

Atualizada em 11/10/2022 às 12h42
Casa alugada de comunista pelo governo mantém eltreiro de Buffett (Casa da Funac)

O imóvel alugado de um comunista pelo governo comunista de Flávio Dino foi um comitê de campanha do PCdoB em 2014, como já revelado em reportagem de O Estado.

Mas o mesmo imóvel funcionou também como fábrica de roupas e casa de eventos. Até hoje, inclusive,m mantém a placa de propaganda na fachada, indicando o empreendimento. O Espaço Único eventos seria de propriedade do próprio Jean Carlos Oliveira, e de sua esposa, e só fechou após a separação dos dois,segundo apurou O Estado.

No local, alugado por cerca de R$ 9,5 mil desde junho de 2015, também funcionou uma fábrica de costura, outro empreendimento do comunista Jean Carlos Oliveira.

O Estado não conseguiu definir o período de funcionamento dos empreendimentos de Jean Carlos, mas ex-funcionárias da fábrica de costuras – que tinha, inclusive, carteira assinada – garantem ter trabalhado até o início de 2016.

Aluguel

O imóvel de Jean Carlos, que foi comitê de campanha do PCdoB em 2014, passou a receber aluguel do Governo Flávio Dino (PCdoB) desde junho de 2015, como provam os extratos do Portal da Transparência do Governo do Estado. Eram R$ 12 mil mensais, que, descontados impostos, ficavam em R$ 9, 5 mil.

Jean Carlos recebeu religiosamente o aluguel do governo camarada de Flávio Dino por 18 meses, mesmo sem o imóvel estar sendo utilizado pelo poder público. Somente na última quarta-feira, 3, é que sete menores infratores custodiados pela Fundação de Assistência à Criança e ao Adolescente (Funac), órgão vinculado á Secretaria de Direitos Humanos.

Moradores da região da Aurora, onde está localizado o imóvel, contam que só ficaram sabendo que ali seria instalado uma unidade da Funac no final do ano passado, quando passaram a protestar contra o empreendimento.

A comunidade garante também que nunca houve qualquer movimentação do governo noa anos anteriores á decisão de instalar ali uma unidade da Funac, mesmo com o governo pagando, mensalmente, os R$ 9,5 mil do aluguel a Jean Carlos Oliveira.

Mais

Na última sexta-feira, surgiu a informação de que Jean Carlos Oliveira, locador do imóvel ao governo comunista de Flávio Dino, seria diretor de Tecnologia da Empresa Maranhense de Administração Portuária, a Emap, que administra o Porto do Itaqui. A informação, ainda não confirmada oficialmente, caracterizaria mais uma irregularidade no controverso caso Funac, já que, como servidor do governo, Oliveira não poderia ter contratos com o mesmo governo.

Governo já deu três versões para aluguel

Em notas sucessivas, comunistas foram mudando a data interesse na unidade para adequá-la ao início do pagamento do aluguel

Desde que estourou o escândalo do aluguel pago por uma casa de um membro do PCdoB, mesmo sem utilidade, durante 18 meses, o governo Flávio Dino (PCdoB) já emitiu três versões distintas para o início do contrato. Foram três notas oficiais desde a quarta-feira, 3.

Na primeira versão, tornada pública ainda na noite do dia 3, o governo revelou que foi a partir de “julho de 2016” que começou a procurar imóvel para implantar uma unidade da Funac.

Essa versão não batia com a data de início de pagamento dos alugueis a Jean Carlos Oliveira, que começaram em junho de 2015, exatamente um ano antes de o governo começar a estudar a nova unidade. Flávio Dino foi obrigado a mudar esta versão.

A nova nota foi tornada pública ainda na manhã de quinta-feira, em meio à polêmica causada pela diferença de datas da primeira nota em relação ao pagamento dos alugueis. Nesta nova versão, o governo Flávio Dino passou a dizer que os estudos começaram em julho de 2015 – e não mais de 2016.

Ainda assim, ficaram dúvidas, uma vez que o início dos estudos e o início do pagamento dos alugueis eram praticamente coincidentes, o que levava à interpretação de que o governo fez estudos localizou o imóvel, sentou com o proprietário, e fechou o contrato em praticamente em poucos dias.

Diante das controvérsias, o governo emitiu sexta-feira, 6, a nota, da nota, da nota. Na terceira, versão, os comunistas afirmam que foi “no início de 2015” – não mais em julho – que se começou a fazer estudos para implantação da unidade na Aurora.

A volta no tempo entre a primeira e a terceira notas é uma clara tentativa de adequar a versão do governo à data de pagamentos de aluguel. Independentemente disto, está provado – com ou sem nota – que Flávio Dino mandou pagar 17 meses de aluguel de uma casa que não tinha qualquer utilidade para o governo.

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