Prevenção

Saúde é coisa de homem

Além das campanhas de conscientização, esposas, namoradas e filhas pressionam os homens a buscarem investigar e prevenir doenças

Atualizada em 11/10/2022 às 12h43
Urologista Antonio Minervino reafirma necessidade de homens buscarem prevenção com consultas anuais (Antonio Minervino h)

Movimentos de alerta para a prevenção de doenças, como a campanha Novembro Azul, e a influência positiva de esposas, companheiras e filhas têm levado os homens a cuidarem melhor da saúde no Maranhão. A afirmação é do urologista Antonio Minervino, da clínica Uro Center Slz.

Na avaliação do médico, o reflexo disso é a presença cada vez maior de homens nos consultórios médicos, o que é altamente positivo, principalmente levando-se em conta que o câncer de próstata, por exemplo, é o segundo tipo mais comum da doença na população masculina no Maranhão, no Nordeste e no Brasil e a prevenção e diagnóstico precoce elevam para até 95% as chances de cura. “Como se trata de um câncer de incidência elevada, precisamos ter atenção especial com ele, por isso, alertamos para a consulta regular ao urologista”, afirma.

Antonio Minervino alerta que os homens que integram o grupo de risco – negro e com histórico de câncer de próstata na família (pai e irmãos) – devem fazer os exames preventivos a partir dos 45 anos de idade. Já os que não fazem parte desse grupo, devem iniciar a prevenção aos 50 anos.

“Aconselhamos os homens a fazerem regularmente os exames de ultrassom, o PSA, que é o e exame de sangue, e o exame de toque. Por meio destes, podemos detectar se há incidência de câncer ou não”, explica o urologista.

Silencioso

O câncer de próstata, geralmente, é silencioso, ou seja, não apresenta sintomas em sua fase inicial, mas pode ser detectado pelos exames. “O perigo do câncer de próstata é esse. O homem pode tê-lo e não sentir nada. Uma parcela dos homens não sente nada. Os principais sinais que aparecem nos pacientes com câncer de próstata são: dificuldade de urinar, sangue na urina, retenção urinária, ardência ao urinar, urina ‘fina’, acordar muitas vezes à noite para urinar e dor na barriga”, detalha Antonio Minervino.

Ao detectar alguns desses sinais, o homem deve procurar logo o urologista para diagnóstico e indicação do tipo de tratamento a ser feito. “O tratamento é individualizado e realizado de acordo com o grau em que se encontra a doença. Nestes casos, geralmente, são prescritos radioterapia ou cirurgia, mas tudo depende da avaliação médica do paciente sob vários aspectos”, informa.

De acordo com o médico, não existe um tratamento modelo, padronizado, ele deve ser individualizado, com vários fatores sendo levados em consideração. “O estado do paciente é um deles, pois há aqueles que não têm condições de passar por uma cirurgia, por exemplo, nessa caso, buscamos alternativas, como injeções de hormônio ou radioterapia. Cada particularidade do paciente é verificada”, complementa.

Preconceito

Mesmo com o avanço do câncer de próstata entre os homens, há uma boa notícia, principalmente em relação a visitas mais frequentes ao urologista e à realização do exame de toque retal, do qual muitos homens tinham preconceito.

“Temos percebido uma mudança importante e isso se deve principalmente às campanhas de conscientização, como a Novembro Azul, e ao incentivo e até pressão das esposas, filhas e namoradas para os homens se consultarem. A participação da mulher tem sido fundamental. Mas a gente vê que ainda existe o preconceito, só que de forma menos relevante”, avalia Minervino.

O urologista alerta que a prevenção é mesmo a melhor forma de evitar o câncer. “Falamos prevenção no sentido de diagnóstico precoce. O homem precisa atentar que os cuidados com sua saúde são fundamentais e precisam ser priorizados. A mulher, hoje, vive mais do que o homem porque se cuida mais, faz consultas regularmente ao médico, faz os exames, enfim, se cuida. O homem precisa quebrar o estigma de que é forte, de que ir ao médico é demonstração de fraqueza, de que deixará de ser homem porque fez o exame de toque retal. Tudo isso são preconceitos que só lhe fazem mal”, afirma Antonio Minervino.

O urologista lembra ainda que a prevenção deve ser realizada o ano todo. “A campanha Novembro Azul veio para dar um importante alerta, mas é preciso redobrar os cuidados preventivos durante todo o ano e assim ter mais saúde e qualidade de vida”.

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