SÃO LUÍS - Toda noite era a mesma chateação. Bastava deitar e relaxar o corpo para dormir, que lá vinham as indesejadas dores na panturrilha da professora Rose Pereira. “Sempre, à noite, eu sofria com as câimbras”, lembra Rose. Assim como ela, quase todo mundo já teve câimbra nas pernas, nos braços, em praticamente qualquer parte do corpo. Uma hora ou outra, a dor provocada pela contração involuntária dos músculos aparece.
As câimbras são mais comuns em adultos e se tornam mais frequentes à medida que o corpo envelhece, de acordo com o fisiologista Rômulo Bruzaca, da Faculdade Estácio São Luís. Essa contração, também chamada de espasmo muscular, é súbita, intensa, persistente e não reversível espontaneamente, como explica o especialista: “Quando a câimbra se dá no pé, por exemplo, não dá para tentar relaxá-lo só com a ‘força da mente’, é preciso ir lá com as mãos e reverter a contração à força”.
Nervos e músculos
As câimbras estão associadas a uma hiperexcitação do nervo que chega até o músculo, o que leva a essa contração involuntária, segundo a médica Graziela Medeiros, clínica geral do Hapvida Saúde. Geralmente a câimbra surge em decorrência de uma atividade mais acentuada em determinada região muscular. “Se você for malhar e fizer exercícios demais na panturrilha, por exemplo, é provável que você tenha câimbra na panturrilha durante ou após a atividade”, lembra.
Tipos mais comuns
Os tipos mais comuns de câimbra se dão em momentos diferentes da vida. Em mulheres, essa dor vai persistir especialmente no período da gravidez, por causa da baixa hidratação, da perda de magnésio e de problemas na circulação.
Na infância, as crianças costumam reclamar das câimbras quando estão em fase de crescimento e, também, quando os músculos entram em relaxamento, em especial, no período noturno.
Na terceira idade, os idosos sofrem com as câimbras à proporção que perdem potássio e cálcio no organismo; nessa fase, a desidratação também é um problema.
E, por fim, após a atividade física, as câimbras ocorrem com mais frequência na musculatura da região que foi trabalhada intensamente e são mais comuns em atletas.
Prevenção
Os exercícios físicos bem orientados são ótimos para colocar os músculos em atividade e evitar as câimbras. A professora Rose Pereira, por exemplo, diz que as noites dela melhoraram bastante depois que começou a se exercitar. Há que se ter cuidado, porém, com a sobrecarga e o exagero. Profissionais da educação física orientam que, após os treinos, as pessoas devem sempre fazer alongamentos da musculatura que foi trabalhada, para que a região entre em relaxamento e não se contraia.
Pela boca
Além da atividade física, é preciso ter uma alimentação balanceada, com uma dieta rica em sais minerais. A médica do Hapvida Saúde, Graziela Medeiros, sugere um cardápio que não dispense alimentos como a banana, o abacate, o amendoim, derivados do leite, arroz integral, abricó, tomate e as frutas secas.
A médica também lembra que, para prevenir câimbras ou traumas de sobrecarga (lesões e distensões), é sempre bom fazer aquecimento e alongamento. Outra atitude positiva é usar o bom senso para mudar gradualmente a intensidade e os tipos de exercício, com o propósito de diminuir a pressão sobre os músculos. "Manter-se em boas condições físicas, isto é, estar atento ao sono e à alimentação, assim como à correta hidratação do corpo, e ingerir, ao menos, dois litros por dia, também é importante", destaca a especialista.
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