Meio Ambiente

Sarney Filho quer estender moratória da soja para o Cerrado

Na comemoração de 10 anos do acordo, válido para Amazônia, ministro do Meio Ambiente sugeriu estender medida para reduzir desmatamento no Cerrado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44
(O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, fala na abertura de seminário real,izado na Fiesp, em São Paulo)

São Paulo - O ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho, propôs ontem, em São Paulo, uma moratória com o agronegócio para frear o desmatamento no Cerrado, a exemplo do que ocorre na Amazônia.

Ele participou de solenidade de abertura de seminário promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove) para comemorar os 10 anos da moratória da soja. Pelo acordo, os produtores se comprometem a não abrir novas áreas para o plantio na floresta amazônica, o que contribui para reduzir as taxas de desmatamento.

”Cada vez mais, com a crise climática, precisamos da floresta em pé, prestando serviços ambientais e mantendo as águas” disse Sarney Filho. Ele destacou que os bons resultados obtidos no bioma amazônico devem ser replicados no Cerrado. “Podemos enxergar o quanto foi acertado esse percurso (na Amazônia) e planejar sua evolução”, disse. Sarney Filho informou que, em março de 2017, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) irá concluir o monitoramento do bioma Cerrado.

O estudo vai identificar a supressão de vegetação e as áreas críticas sob pressão da agropecuária. A atividade se expandiu nos últimos 10 anos, principalmente nos estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, tornando-se o principal vetor do desmatamento do bioma Cerrado.

Estimativas apontam uma perda de mais de 45% da cobertura vegetal, com a mudança do uso da terra. “Hoje, o desmatamento é muito maior no Cerrado que na Amazônia”, afirmou.

Ele destacou, também, a valorização das comodities brasileiras em mercados mais exigentes. Sarney avaliou que o monitoramento para evitar novos desmatamentos e o aproveitamento de áreas já desmatadas acada safra garantem uma melhor aceitação dos produtos em mercados exigentes, como os da zona do Euro. “Os sojicultores provaram que é possível desenvolver a agricultura sem desmatar”, concluiu.

Resultados

Durante o evento foram apresentados, pelo diretor executivo da Agrosatélite, Bernardo Rudorff, os resultados do Monitoramento 2016 da Moratória da Soja. Segundo ele, depois do acordo foi feito um monitoramento em áreas particulares de 87 municípios da Amazônia para analisar o avanço ou a redução do desmatamento. "Desses, apenas 14 estão continuam desmatando para plantar", destacou Bernardo.

A soja da Amazônia representa 11,8% da soja do Brasil e, ao mesmo tempo que o desmatamento caiu nesses locais, a área de produção da soja triplicou na região desde 2006, "mostrando que é possível plantar sem desmatar", ratificou Bernardo.

Participaram do seminário o ministro interino da Agricultura, Eunar Novacki, o diretor de Sustentabilidade do Carrefour Brasil, Paulo Pianez, as organizações não-governamentais GreenPeace, WWF-Brasil e TNC, e parceiros da sociedade civil na moratória entre o governo e a cadeia produtiva da soja.

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