Salgado Maranhão

Obra maranhense em “Oceanos"

“Ópera de Nãos”, do poeta maranhense Salgado Maranhão, é semifinalista do prêmio de literatura em língua portuguesa Oceanos 2016, do Itaú Cultural, concorrendo com destacados nomes da poesia nacional e internacional

Atualizada em 11/10/2022 às 12h44
O poeta Salgado Maranhão também concorre à vaga na ABL (salgado Marahão)

O poeta, jornalista e compositor Salgado Maranhão, que aspira a uma vaga na Academia Brasileira de Letras (ABL), disputando a cadeira do jurista Evaristo Moraes Filho e concorrendo em chapa de homens notáveis da sociedade, é também semifinalista do Oceanos 2016, prêmio de literatura em língua portuguesa do Itaú Cultural. O maranhense concorre com o livro “Ópera de Nãos” (7Letras), trabalho de linguagem muito pessoal no qual sinergia é a palavra marcante. Os dez finalistas serão eleitos em novembro.

Os versos originais e expressivos de “Ópera de nãos” prendem a atenção do leitor do início ao fim. A obra de Salgado Maranhão concorre em uma lista onde figuram livros de autores que dão continuidade à vertente da poesia marginal e da contracultura dos anos 1970 e 1980 (como Zuca Sardan e Alice Ruiz), com aqueles que dialogam com a lírica modernista (Eucanaã Ferraz e Ana Martins Marques), até aqueles em que a pesquisa formal, muitas vezes com viés hermético, está associada a outras tradições e linguagens, como é o caso de Age de Carvalho, Júlia Studart e Nuno Ramos. Além desses poetas brasileiros, a lista conta com a presença dos portugueses Matilde Campilho e Boaventura de Sousa Santos e da moçambicana Lica Sebastião, entre outros.

Nesta primeira etapa, o Júri de Avaliação formado por 42 especialistas em literatura, entre poetas, escritores, professores e críticos literários, classificou os títulos que passam para a fase seguinte: 18 de poesias, 25 de romances, seis de contos e um de crônicas. O nome de Salgado Maranhão poderá ser um dos escolhidos. O poeta está espalhado pelo Brasil e pelo mundo e nos últimos quatro anos, ele esteve em 80 universidades americanas, dois de seus livros foram traduzidos para o inglês e poemas foram publicados em mais 40 revistas literárias dos Estados Unidos.

História

Salgado Maranhão nasceu no povoado Canabrava das Moças, município de Caxias, Maranhão. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1973. Entre suas obras, estão “Palávrora” (1995); “O beijo da fera” (1996); “Mural de ventos” (1998); “Sol sanguíneo” (2002); “Solo de gaveta” (2005); “A pelagem da tigra” (2009); “A cor da palavra” (2010). Seus poemas estão traduzidos em inglês, italiano, francês, alemão, sueco, hebraico e esperanto. O poeta vem construindo uma trajetória poética que o credencia a disputar uma vaga na ABL. Maranhão tem como concorrentes o economista Edmar Bacha e o ministro Eros Grau.

Salgado Maranhão acumula importantes prêmios literários (entre os quais um Jabuti) mantém estreita relação com o Maranhão, estado que visita com certa freqüência. O livro do maranhense concorre, por exemplo, com “139 epigramas para sentimentalizar pedras”, de Boaventura de Sousa Santos, “Ainda: em viagem”, de Age de Carvalho, “Caçambas”, de Ruy Proença, “Cacau inventado”, de Wladimir Saldanha, “Claranã”, de Cida Pedrosa, “De terra, vento e fogo”, de Lica Sebastião, entre outros.

O Júri de Avaliação elegeu, ainda, seis jurados entre seus membros para compor os júris das próximas etapas: a crítica literária e ensaísta Flora Sussekind, os escritores Cristovão Tezza, José Castello e Rodrigo Lacerda e os poetas Heitor Ferraz e Sergio Alcides, democraticamente eleitos pelo corpo inicial de jurados. Entre outubro e novembro, o Júri Intermediário avalia as 50 obras semifinalistas. Em 18 de novembro, indica os 10 finalistas. Por fim, o Júri Final escolherá, no dia 6 de dezembro, os quatro vencedores.

A obra literária de Salgado Maranhão destaca-se pelo trato apurado da linguagem e pelo domínio da mesma. Influenciado pela filosofia oriental, ele leva para seus versos o estado de equilíbrio empenhado na relativização dos valores instituídos. Sua poesia procura libertar a palavra de seu caráter usual, desvinculando-a das amarras do convencionalismo, e, por meio de um sofisticado trabalho poético, experimenta a polissemia, expandindo suas significações. As palavras no trabalho de Maranhão se desdobram em suas múltiplas e possíveis interpretações, ao mesmo tempo em que interagem entre si, a fim de formar o corpo coeso do poema.

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