Meu pet

Coisa de irmão mais velho

Adaptá-los ainda no período da gravidez é essencial para a segurança tanto do bebê, quanto do animal, que pode ficar depressivo

Atualizada em 11/10/2022 às 12h45
Napoleão e Bonifácio foram preparados para a chegada da Giovanna

O convívio com um animal doméstico traz uma série de benefícios para uma família. Para as crianças, em especial, a relação é mais que estimulante: ajuda no processo de desenvolvimento. Coordenação motora, desenvolvimento dos sentidos, senso de responsabilidade e, claro, companhia e proteção são apenas alguns dos pontos positivos para se ter um bichinho por perto. Mas e quando o animal é quem chegou primeiro?

Adaptá-los ainda no período da gravidez é essencial para a segurança tanto do bebê, quanto do animal, pois alguns podem sentir ciúmes, desenvolver depressão e ter a ansiedade aumentada. “Um dos principais erros dos donos é levar abruptamente o bebê para o ambiente em que o animal está. Ele precisa ser preparado aos poucos”, afirma o veterinário Silvio Saraiva, da Veterinária Saraiva.

Devagar

Mudar a rotina da casa ao longo da gestação fará com que o animal perceba e entenda esse novo momento. Deixar o animal ver a colocação do berço ou apresentar as roupinhas do bebê são algumas atitudes que farão esta adaptação. “Principalmente o cachorro é muito territorialista. Fazer essa introdução do novo membro fará com que ele perceba que vai chegar um novo membro à família”, comenta. No caso de bebês que permanecem internados após o parto, é importante levar uma fralda usada para o animal sentir o cheiro.

Segundo o veterinário, essa mudança deve acontecer aos poucos. “Se o animal dorme com os donos, por exemplo, e eles não querem mais isso depois da chegada do bebê, devem providenciar uma cama ainda dentro do quarto, inicialmente. Depois, colocar esta cama do lado de fora”, exemplifica.

Ele ressalta que essa adaptação tem mais relação com a criação do animal do que com a raça dele. “Faz diferença se o cachorro é criado dentro de casa, no convívio da família, ou só no quintal para proteção da casa. Se o cão não tiver o convívio com os membros da casa, o cuidado é redobrado, pois ele pode achar quer o bebê é um invasor”, alerta.

Cuidados

A jornalista Karine Baldez sabia de tudo isso quando decidiu engravidar. A presença dos dois bulldogs franceses, Napoleão (9 anos) e Bonifácio (7 anos), foi mais um entre muitos incentivos para decidir ter bebê. “Sempre acreditei que os animais fariam a vida de um filho ainda mais feliz e minha família mais completa”, diz.

Ela teve todo o cuidado recomendado por especialistas para a chegada de Giovanna. A jornalista sempre ouvia falar desse ciúme caso o animal se sentisse excluído, por perder o espaço que tinha no lar e associar o bebê como algo negativo. “Durante a gravidez, fiz ensaios fotográficos com a participação deles e a arquiteta planejou um quartinho de bebê com espaço para a caminha dos meus cachorros. O Napoleão e o Bonifácio são cães dóceis e muito amáveis, seria um erro tentar mantê-los afastados da bebê”, justifica.

Deu certo. O cão mais velho cheirou a bebê, logo que ela chegou, e depois não deu mais importância. “O Bonifácio, que tem um temperamento mais eufórico com crianças, se apaixonou por ela à primeira vista. Corria a casa toda e seguia qualquer pessoa que estivesse com ela no colo”, conta.

Para a jornalista, excluir o pet da vida da criança é que faz a relação se tornar nociva. “Meus cães têm livre acesso para cheirar [e até dar uma leve lambida nos cabelos ou nos pés] e se aproximar da Giovanna, sob nossa supervisão, claro. Minha filha, aos dois meses de vida, é um bebê muito saudável. Nunca apresentou sinais de que esse contato possa estar sendo prejudicial”.

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