Invasão

Ocupação avança em mangue nas margens da Via Expressa

Casas de alvenaria estão sendo construídas em área verde, o que pode causar graves impactos ao ecossistema local; área já foi devastada e a ocupação pode crescer se nenhuma intervenção for realizada com urgência

Atualizada em 11/10/2022 às 12h46
Casas foram contruídas destruindo o mangue localizado na margem da Via Expressa; quantidade de imóveis só aumenta na área (Mangue)

Basta um olhar mais atento para perceber o quanto cresceu a ocupação às margens da Via Expressa, a Avenida Joãosinho Trinta. Praticamente toda a margem esquerda e direita está ocupada por casas que têm acesso direto à avenida de tráfego de alta velocidade. Agora, as construções de alvenaria avançam sobre o mangue.

Logo ao acessar a Via Expressa pela Avenida Daniel de La Touche e chegar à primeira ponte da via, pode-se ver os imóveis recém-construídos na margem direita, sobre a área que antes era tomada pelo mangue. O espaço foi aterrado e rapidamente deu lugar a construções de alvenaria que se parecem com quitinetes.

A área já foi devastada e a ocupação pode crescer se nenhuma intervenção for realizada com urgência. Ao longo de toda a avenida, pilhas de tijolos indicam que haverá mais construções no local.

No ano passado, uma operação envolvendo o Batalhão de Polícia Ambiental (BPA), Blitz Urbana e Secretaria de Estado de Infraestrutura (Sinfra) culminou na retirada de invasores de um trecho às margens da Via Expressa. Foi a terceira vez que o trecho que faz parte de uma Área de Proteção Permanente (APP) foi invadido.

Na ocasião, moradores da Vila Marinha, invasão próxima ao Cohafuma, ocuparam o trecho da Via Expressa próximo à entrada do Vinhais Velho. Os moradores tentaram ocupar o espaço depois que a promessa de um levantamento das famílias para inclusão no Programa Minha Casa, Minha Vida não foi cumprida.

Ocupação
A ocupação irregular das áreas de mangue é comum em diversos pontos da capital, o que representa um grande dano e desequilíbrio para o meio ambiente como um todo.

Ao longo dos últimos quarenta anos, 4 mil hectares de mangue foram devastados em toda a ilha por causa desse problema. A área de mangue destruída pela ação do homem é de aproximadamente 40 km², o equivalente à área compreendida entre os bairros da Ponta d’Areia e do Olho d’Água.

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Locais onde estão situados hoje bairros como Camboa, Liberdade, Fé em Deus entre outros, em décadas anteriores eram mangues que foram aterrados para dar lugar às moradias. Até mesmo o município de Raposa já foi constituído em sua grande maioria por áreas de mangue que desapareceram.

SAIBA MAIS

Em 2012, o Ministério do Planejamento Orçamento e Gestão, representado pela Secretaria do Patrimônio da União no Estado do Maranhão (SPU/MA), cedeu, por meio da Secretaria de Estado da Infraestrutura (Sinfra), ao Estado do Maranhão, áreas de domínio da União para a implementação e pavimentação da Via Expressa. Os trechos compreendem terrenos de Marinha, acrescidos de Marinha e Próprio Nacional, esse último inserido na Gleba Rio Anil. A área cedida compreende no total 15 trechos.

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