opiniao

À espera de providências

editorial

Atualizada em 11/10/2022 às 12h49

A precariedade das feiras e mercados de São Luís é um problema crônico que há décadas espera providências do poder público, por inúmeras vezes prometidas. Além dos riscos à saúde pública, pelas condições em que alimentos são comercializados diariamente para milhares de pessoas, a demora na realização das obras necessárias agora ameaça também a integridade física das pessoas que trabalham e consomem produtos nesses espaços.
O incêndio ocorrido no Mercado Central, o mais simbólico e tradicional desses espaços na capital maranhense, novamente trouxe à tona a necessidade de recuperação das feiras e mercados de São Luís. Por incontáveis vezes a população denunciou e os meios de comunicação divulgaram que as feiras e mercados da cidade estavam funcionando de forma precária, com instalações elétricas, hidráulicas e sanitárias necessitando de reparos ou mesmo de substituição. Telhados, pisos e bancadas também já deterioriados pelo uso contínuo e pela ação do tempo, sem falar da inadequada destinação do lixo e das condições de acondicionamento, manejo e preparo de produtos alimentícios.
Depois de muitas reclamações em vão, o Ministério Público resolveu intervir nessa relação desfavorável para a população e cobrou, via Ação Civil Pública, que a administração municipal cubra a sua obrigação de promover as reformas necessárias nas feiras e mercados de São Luís. Mas nem com esse forte aliado os frequentadores desses locais conseguiram ver atendidas suas justas reivindicações, pois o Poder Judiciário concedeu à Prefeitura de São Luís o direito de adiar para 2017 - provavelmente para um outro gestor - a realização das obras que há anos são urgentes.
O problema, que já é grave, agrava-se ainda mais quando passa a ameaçar, também, a integridade física de comerciantes e consumidores. Além de todas as deficiências que já afetavam a qualidade dos produtos consumidos - e consequentemente a saúde das famílias -, agora as pessoas temem frequentar as feiras e mercados também por medo de acidentes como o ocorrido no Mercado Central.
Para a Justiça, complacente com a administração municipal, a situação não é tão grave e a solução dos problemas das feiras e mercados de São Luís pode esperar mais um ano, ou pelo próximo gestor. Enquanto isso, comerciantes e demais frequentadores desses espaços de comercialização contam com a sorte, esperando conseguir manter-se saudáveis até o dia em que tenham o direito de comprar gêneros alimentícios e outros tantos produtos em ambientes salubres, seguros e agradáveis, sem temer curtos circuitos, desabamento de telhados, esgotos estourados escorrendo a céu aberto e tantos outros dissabores.

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