O abastecimento de água na Região Metropolitana de São Luís pode ficar ainda mais crítico e os problemas decorrentes dessa situação se intensificarem ainda mais. O Reservatório do Batatã, responsável pelo abastecimento de grande parte dos bairros da Ilha, chegou a um nível nunca antes registrado em toda a sua história, operando com menos de 5% de sua capacidade normal. É estimado que cerca de 100 mil pessoas dependam do reservatório para ter acesso à água em suas residências.
Na manhã de ontem, O Estado esteve no local e constatou a situação crítica do reservatório. A quantidade de água está tão abaixo da que é registrada habitualmente que ela sequer alcança a régua que mede o nível de água do reservatório.
Seca
Outros sinais da seca do reservatório também estavam visíveis. Bancos de terra emergem no meio do Batatã, cercados por porções rasas de água. Além disso, a terra que fica ao redor do reservatório está rachada por causa da alta temperatura e da seca, presentes no ambiente.
Ainda no espaço era possível observar diversos urubus às margens do reservatório. Eles dividiam o espaço com algumas garças, que sobrevoavam o local em um esforço para encontrar algum tipo de alimento dentro da pouca água existente no reservatório.
O baixo nível de água é causado principalmente pela escassez de chuvas. De acordo com o Núcleo de Meteorologia da Universidade Estadual do Maranhão (Uema), atualmente estamos no período de transição da estação seca para a chuvosa, que compreende os meses de dezembro e janeiro. A estação chuvosa propriamente dita apenas começará a partir do mês de fevereiro de 2016.
Além do pouco volume de chuvas, a ocupação irregular dos arredores da reserva, o desmatamento da mata ciliar, somados à crescente demanda de água em São Luís, também estão causando a diminuição de água da represa. Desde o ano de 2008, o Batatã não atinge o nível máximo de sua reserva e, ano a ano, o volume de água vem caindo gradativamente.
Consequências
Como consequência da quase seca do Reservatório do Batatã, tem-se o agravamento dos problemas no abastecimento de água em bairros de São Luís, principalmente aqueles localizados na região central da cidade. Tais problemas não são recentes, pois originaram-se em meados da década de 1960, quando as fontes hídricas que atendiam a demanda da capital maranhense foram secando.
São Luís, até essa época, tinha sete mananciais que funcionavam como reservatórios de água, mas foram desaparecendo gradativamente: o Zé Cearense; o São Raimundo, que se localizava no conjunto que hoje leva o mesmo nome; o Jaguarema, situado onde hoje é a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Araçagi; o Veloso, no Santo Antônio, mas foi aterrado; o Paciência, que deixou de ser um manancial de superfície e passou a ser subterrâneo, encontrando-se hoje em fase de extinção; e o Batatã e o Sacavém, que, apesar de ainda estarem operando, já perderam muito de suas capacidades hídricas.
O Governo do Estado foi procurado para saber quais ações estão sendo colocadas em prática para minimizar os transtornos causados pela crise no abastecimento de água, oriunda da seca do Batatã, mas até o fechamento desta página não obteve resposta.
SAIBA MAIS
NÍVEL CRÍTICO
A situação dos recursos hídricos da cidade é preocupante. A falta de água em São Luís pode chegar a nível mais críticos nos próximo anos se nada for feito para solucionar o problema de abastecimento que atinge hoje diversos bairros da capital maranhense. Atualmente, as fontes de água que existem
na cidade já não são mais suficientes para atender a demanda populacional e, aliado a essa situação, o desperdício contribui ainda mais para o desabastecimento.
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