Polêmica

Conselho Federal pede punição de médico que chamou farmacêutico de "imbecil"

Presidente do CFF encaminhou ofício ao presidente do CFM no qual manifesta repúdio ao ato praticado pelo médico João Melo e Sousa Bentivi

Atualizada em 11/10/2022 às 12h54
Farmacêutico é chamado de "imbecil", "analfabeto" e, no fim, médico escreve "viva a burrice"

SÃO LUÍS - O Conselho Federal de Farmácia (CFF) se manifestou sobre o caso do médico maranhense que se dirigiu a um farmacêutico como “imbecil” e “analfabeto” em suposta receita. O presidente da entidade, Walter da Silva Jorge João, encaminhou ofício ao presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Carlos Vital Tavares Corrêa Lima, no qual manifesta repúdio ao ato praticado pelo médico João Melo e Sousa Bentivi.

“O fato, lamentavelmente, denigre não apenas o profissional destinatário, mas toda a categoria farmacêutica e a Farmácia como um todo, desconsiderando por completo a legislação aplicável à espécie, bem como a salutar convivência que deve pautar as relações entre os profissionais da saúde”, escreveu o presidente do CFF.

Walter da Silva Jorge João ressaltou, no ofício, os termos da Lei Federal nº 5.991/73. Em seu artigo 35, a lei diz que somente será aviada a receita, dentre outras exigências, que estiver escrita a tinta, em vernáculo, por extenso e de modo legível, sendo que, se a dosagem do medicamento prescrito ultrapassar os limites farmacológicos ou a prescrição apresentar incompatibilidades, o farmacêutico responsável técnico pelo estabelecimento deverá solicitar confirmação expressa ao profissional que prescreveu, ou seja, é do farmacêutico a responsabilidade final de dispensação dos medicamentos.

O presidente do CFF solicitou por parte do CFM, rigor na apuração da conduta praticada pelo médico. Um segundo ofício foi expedido pelo presidente do CFF à presidente do Conselho Regional de Farmácia do Estado do Maranhão (CRF/MA), Maria José Luna dos Santos Silva, em cumprimento pela sua “louvável postura profissional e de gestora do conselho regional” diante do “malfadado caso".

Entenda o caso

A suposta receita assinada por Bentivi foi feita no dia 1º deste mês e, logo no início, diz: "Ao farmacêutico imbecil e analfabeto, vou repetir". Em seguida, o médico descreve a medicação receitada ao paciente e, no fim, escreve: "Tenho dito. E viva a burrice".

O médico, porém, nega que o "bilhete" se tratava de uma receita. "O documento veiculado nas redes sociais não se refere a nenhuma receita médica, mas simplesmente a um bilhete desaforado para um profissional de farmácia", disse.

Além disso, o médico será candidato a prefeito em São Luís no ano que vem. João Melo e Sousa Bentivi afirma que caso, que ganhou repercussão nacional, não deve afetar sua trajetória na política e nem na medicina.

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