Paquistão - Um tribunal militar antiterrorista paquistanês condenou à morte seis homens envolvidos no ataque talibã contra uma escola em Peshawar, que matou mais de 150 pessoas em dezembro, informou o exército em um comunicado.
Na sequência deste ataque, o mais mortífero da história moderna do Paquistão, o governo deIslamabad levantou sua moratória sobre a pena de morte, em vigor desde 2008, e permitiu a criação de novos tribunais militares de combate ao terrorismo para julgar civis.
Desde então, cerca de 200 prisioneiros que estavam há anos no corredor da morte em prisões de todo o país foram enforcados, execuções condenadas pela ONU, a UE e muitas organizações de defesa dos direitos humanos, mas que não demoveram o governo de Islamabad.
A criação de novos tribunais militares, cujo modo de operação continua a ser "obscuro" e "secreto" segundo os advogados paquistaneses, foi alvo de um intenso debate no qual a Suprema Corte decidiu na semana passada apoiar a sua legalidade, afirmando que os condenados devem ter o direito de recorrer.
Mas ontem, uma semana após a decisão da Suprema Corte, os militares anunciaram a pena de morte contra seis civis ligados de diferentes maneiras ao massacre em Peshawar (noroeste) e um sétimo por um ataque mortal contra soldados em Karachi (sul), capital econômica do país. Uma oitava pessoa, envolvida no ataque em Peshawar, foi condenada à prisão perpétua.
"Os condenados tiveram direito a um julgamento justo, respeitando todas as formalidades legais, e tiveram acesso à assistência jurídica para se defender", argumentaram os militares em um comunicado, acrescentando que as sentenças foram aprovadas pelo chefe do Exército, o general Raheel Sharif.
Confissão - Os condenados ainda podem apelar, mesmo que tenham "confessado os seus crimes perante o magistrado", insistiu o exército, sem que seja possível confirmar de forma independente a última informação, uma vez que os tribunais militares se reúnem a portas fechadas.
Dos seis condenados à morte pelo massacre de Peshawar, figura Hazrat Ali, membro de um grupo jihadista que foi reconhecido culpado de angariar fundos para o ataque contra a Escola Pública do Exército (APS) de dezembro e especialmente por seu papel na morte de 23 paramilitares.
Os outros cinco condenados à morte também foram condenados por seu "envolvimento" no ataque em Peshawar, bem como operações passadas contra as forças paquistanesas.
Esta é a segunda vez que os tribunais militares antiterroristas proferem decisões desde a sua criação. Em abril, o exército anunciou no Twitter a pena de morte para seis "terroristas".
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