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Marcos da história de São Luís, becos e vielas são puro encanto

Feliz, da Caela e do Precipício são os nomes das vielas mais populares do Desterro, no Centro Histórico; em seu percurso, as três vias se cruzam ao ligar as ruas Afonso Pena e da Palma; andar por elas é voltar ao passado

Jock Dean / Da equipe de O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h57

A peculiar organização e configuração do Centro Histórico de São Luís suscitam curiosidade a quem perambula pelos becos e vielas que mais parecem transformar essa parte da cidade num labirinto. Com isso, os becos, cuja função é encurtar o caminho entre grandes ruas, acabam tendo seus caminhos cruzados. É o que acontece com os becos Feliz, da Caela e do Precipício no bairro do Desterro, ligando as ruas Formosa e da Palma, em um antigo trajeto que desembocava no mar.

Situado no centro da cidade de São Luís, na região conhecida hoje como Centro Histórico, o Desterro faz parte do núcleo inicial da cidade, que inclui ainda o bairro Praia Grande. Juntos, eles concentravam todas as atividades que se desenvolviam na São Luís que acabara de ser fundada, após a invasão francesa de 1612. A Praia Grande era principalmente centro comercial da cidade. O Desterro, seu suporte residencial e portuário.

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Área mais característica do bairro, o Largo do Desterro é o ponto para o qual os três becos convergem. Descendo pela Rua Formosa, também conhecida por Afonso Pena, penúltimo canto à direita está o Beco Feliz, cuja entrada é indicada por uma placa metálica na qual se lê ‘Travessa Feliz’ fixada em um prédio deteriorado onde funciona uma tornearia. O início do beco é um pequeno trecho praticamente deserto cuja entrada à esquerda dá acesso a uma típica viela longa e estreita que é cortada pelos outros dois becos: Caela e Precipício.

Subindo do Beco Feliz para o Beco da Caela, passa-se em frente ao largo, onde é possível avistar o símbolo do bairro, a Igreja de São José do Desterro. Circundando o largo, ao lado da igreja, está o Beco do Precipício, um pequeno conjunto de degraus que dão acesso à Praça do Pescador, situada em frente ao Mercado do Peixe, no Portinho. O Beco do Precipício é uma travessa da Rua da Palma, cujo trecho que se inicia no canto do beco e segue até o fim da Afonso Pena também é chamado de Rua do Precipício, mas antes disso, cruza-se com o Beco Feliz, fechando o percurso entre as ruas Afonso Pena e da Palma, as duas principais vias do bairro. “Os becos eram uma forma de cortar caminhos dentro da cidade”, explicou Luiz Phelipe Andrès, autor do Programa de Preservação e Revitalização do Centro Histórico de São Luís.

Diferentemente de outros becos do Centro Histórico, Feliz, Caela e Precipício não são registrados na história da cidade, como o da Pacotilha, que abrigou um dos jornais mais combativos de São Luís no século XIX, e o Catarina Mina, endereço de uma das moradoras mais populares da cidade na mesma época. “No entanto, independentemente da sua localização e do que havia no beco, todos eles tinham uma importância muito grande para a rotina da comunidade, por serem um local de passagem”, destacou Luiz Phelipe Andrès.

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