SEM EXPLICAÇÃO

Polícia não consegue esclarecer perdas de armas da corporação

Tem se tornado cada vez mais frequente o roubo e perda de armas em poder de policiais militares; até uma submetralhadora já foi esquecida em via pública e um cabo, lotado em Timon, esqueceu a pistola no banheiro da rodoviária de São Luís

Mario Carvalho/O Estado

Atualizada em 11/10/2022 às 12h58
Submetralhadora da PM foi perdida e camisa da Deic apreendida com bandidos (Polícia não consegue esclarecer perdas de armas da corporação)

A Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) ainda não conseguiu dar uma resposta concreta sobre em que circunstâncias armas de fogo em poder de policiais militares foram perdidas ou roubadas em plena via e logradouros públicos no estado. O mais recente episódio aconteceu, na terça-feira, 12, quando um cabo da Polícia Militar do Maranhão, lotado no município de Timon, distante 432 km da capital, simplesmente perdeu a arma da qual era responsável no banheiro do Terminal Rodoviário de São Luís.

A Secretaria de Segurança tem apenas se limitado a enviar nota à imprensa informando que tudo está sendo apurado. No entanto, a perda ou roubo de armas de fogo em poder de policiais militares e civis tem se tornado cada vez mais frequente na capital maranhense.

O caso mais emblemático ocorreu no dia 2 de abril deste ano, quando uma metralhadora foi perdida durante operação da Polícia Militar, na área Itaqui-Bacanga. Um policial teria colocado a arma sobre o pneu de estepe da viatura e ao sair do local não percebeu que a arma teria ficado no acessório do veículo e caído em plena via pública. Ela foi recuperada somente depois de duas semanas nas mãos de um mototaxista.

Segundo o comando da PM, naquela oportunidade, os policiais fiscalizavam a entrada e saída de veículos depois da Barragem do Bacanga e, no fim da operação, um dos policiais teria esquecido a arma sobre estepe, que fica na parte externa da viatura. Quando o carro acelerou, a metralhadora teria caído.

Segundo a PM, um inquérito foi aberto para apurar se houve ou não negligência no caso. A metralhadora Taurus é usada em operações rotineiras da Polícia Militar e têm o mesmo calibre de uma pistola ponto 40, mas velocidade e a precisão dos disparos são maiores. Durante duas semanas, o Comando da Polícia Militar colocou equipes nas ruas na tentativa de localizar a metralhadora. Somente após duas semanas a arma foi encontrada e estava de posse de um mototaxista que encontrou a submetralhadora e devolveu à PM por meio de seu pai.

Munição - Há um mês, homens armados invadiram a residência de um oficial da Policial Militar conhecido como coronel Osório. Após trancarem a empregada em um quarto, eles roubaram pistolas ponto 40 e munição. Em Imperatriz, na região Sudoeste do estado, outro policial militar teve a arma furtada em uma academia no bairro Parque Santa Lúcia, no dia 28 de abril. Segundo informações do Centro de Operações da Polícia Militar (Copom), a policial guardou a pistola no armário enquanto malhava. Ao retornar, a arma não estava no local.

No dia 24 de abril, dois policiais militares identificados por Vanessa Alves dos Santos e Plínio Arraes de Morais Filho tiveram suas armas roubadas em abordagens distintas em São Luís. Dois dias depois, a Secretaria de Segurança Pública (SSP), por meio de nota, se pronunciou apenas dizendo que a Polícia Civil abriria inquérito policial para investigar o ocorrido.

No primeiro caso, Vanessa Alves dos Santos, que atua no Serviço de Inteligência da Polícia Militar, teria deixado uma arma calibre ponto 40 dentro de um carro que foi arrombado pelos criminosos. A outra arma foi roubada em uma ação de assaltantes que abordaram o soldado da PM, Plínio Arraes de Moraes Filho em sua motocicleta, levando o veículo e também uma pistola ponto 40. Os dois casos foram registrados na Delegacia do Cohatrac.

O delegado-geral da Polícia Civil, Augusto de Barros, disse que também seria instaurado um procedimento administrativo disciplinar para averiguar se houve negligência na conduta dos policiais. “A orientação da polícia é para nunca deixar um armamento em local vulnerável. Caso não esteja trabalhando, o policial deve deixar a arma em sua residência”, explicou.

Fardamento - O caso mais recente registrado foi a forma como policiais militares encontraram, durante abordagem, na sexta-feira, 15, de fardamento da Polícia Civil com a marca do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic). O material estava dentro de um veículo roubado, Corsa Classic prata, de placas NWT-3432.

Segundo o tenente Jarbas, coordenador de policiamento da unidade (CPU), do 9º Batalhão da Polícia Militar, além do fardamento da Polícia Civil, também foi encontrado um fardamento de uma empresa de construção civil. O veículo foi apreendido após uma perseguição policial, na área da Curva do 90, na altura do Vinhais. Policiais prenderam um homem de 31 anos, chamado Marco Antônio Lima Santos, morador do bairro da Aurora, foi preso no local.

Ainda segundo o tenente, três homens praticaram um assalto na Rua Retiro Natal, no bairro da Vila Fialho, e, após abandonar outro veículo, um Fiat Doblò com a placa retirada (tomado de assalto, segundo informações da PM, no dia 12 deste mês) roubaram o Corsa. Na Fialho, os bandidos ainda invadiram uma casa e roubaram celulares e pertences dos moradores. Dois dos assaltantes, que estavam armados, conseguiram fugir depois da perseguição. A Polícia Civil irá investigar a procedência do fardamento encontrado no interior do veículo.

Perda e roubos de armas de fogo

- Pistola ponto 40 perdida por policial militar lotado em Timon, no Terminal Rodoviário de São Luís;

- Uma metralhadora foi perdida após operação da PM na área Itaqui-Bacanga;

- Bandidos roubam pistolas e munição na residência do coronel da PM Osório;

- Em Imperatriz, policial militar teve a pistola Ponto 40 roubada de dentro de uma academia de ginástica;

- No dia 24 de abril, dois policiais militares foram roubados em plena via pública;

- Coletes da Deic foram encontrados dentro de um veículo Corsa roubado

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